Exército e militantes se confrontam em Tikrit, no Iraque
Extremistas anunciaram a formação de um califado em território no Iraque e na Síria, e impôs sua própria rígida interpretação da lei islâmica
Da Redação
Publicado em 19 de agosto de 2014 às 11h21.
Bagdá - Forças iraquianas e militantes do grupo Estado Islâmico entraram em confronto nesta terça-feira na periferia de Tikrit, informaram uma autoridade local e um morador, um dia depois de tropas curdas e do governo do Iraque , com apoio de ataques aéreos norte-americanos, terem expulsado os militantes islâmicos de uma estratégica represa no norte do país.
Os confrontos tiveram início no sudoeste de Tikrit - cidade controlada pelos militantes que fica a cerca de 130 quilômetros ao norte da capital - quando um comboio militar viajava pela principal estrada que liga Bagdá às províncias do norte do país, afirmaram as fontes, que falaram em condição de anonimato.
O Exército iraquiano bombardeou posições militantes dentro e fora da cidade, disseram as fontes. Não havia relatos sobre mortos ou feridos.
Os extremistas sunitas do Estado Islâmico ocupam Tikrit e Mosul, no norte, desde o início de junho, assim como grandes partes do norte e oeste do Iraque. A ofensiva militante colocou o país em sua pior crise desde a retirada das tropas norte-americanas do Iraque, em 2011.
O grupo anunciou a formação de um califado no território que controla, no Iraque e na vizinha Síria, e impôs sua própria rígida interpretação da lei islâmica.
Confrontos esporádicos nas proximidades de Tikrit e outras áreas são relatados desde a tomada da região pelos rebeldes, mas os esforços das forças dos governo e de milicianos sunitas aliados não haviam conseguido expulsar os militantes.
Na segunda-feira, forças curdas e iraquianas tomaram a Barragem de Mossul, menos de duas semanas depois de o local ter sido capturado pelos militantes. A represa é a maior do Iraque e fonte vital de energia e água para o país.
As conquistas dos militantes levaram as forças norte-americanas de volta para o conflito pela primeira vez desde sua saída, em 2011. O novo envolvimento norte-americano nos campos de batalha é um reflexo dos crescentes temores internacionais sobre o grupo extremista sunita. Washington deu início a dezenas de ataques aéreos na região no dia 8 de agosto.
Fonte: Associated Press.