Nas últimas semanas, os dois países viveram uma escalada bélica, principalmente nas áreas fronteiriças, ricas em petróleo (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 13 de abril de 2012 às 16h50.
Cartum - As forças armadas do Sudão lançaram nesta sexta-feira uma ofensiva contra a região petrolífera de Heglig, ocupada pelas tropas do Sudão do Sul desde terça-feira passada, informou o porta-voz do Exército sudanês, Sawarmi Saad Khaled.
Em comunicado, Khaled assegurou que suas tropas se encontram nos arredores de Heglig e avançam rumo ao centro nervoso da cidade, em um novo passo na escalada bélica entre os países.
"As forças armadas atacaram as tropas sul-sudanesas em seu caminho rumo a Heglig e nas próximas horas haverá boas notícias", disse o porta-voz na nota.
Por sua parte, a ministra de Estado para Informação sudanesa, Sanaa Hamad, disse pouco antes em entrevista coletiva que "as Forças Armadas e de Defesa Popular (voluntários) realizam amplas operações de limpeza nessa área".
Hamad explicou que seu governo "rejeita qualquer condição do Sudão do Sul para retirar seus soldados de Higlig e que o Exército sudanês recuperará a região pela força".
Apesar destas declarações, a ministra destacou que seu país não deseja empreender uma guerra contra seu vizinho do sul.
A rica região petrolífera de Heglig contém uma das maiores reservas de petróleo do Sudão e se encontra entre as áreas em disputa entre ambos países.
O ataque sudanês acontece depois que o Sudão do Sul assegurou hoje que está disposto a retirar suas tropas de Heglig com um desdobramento de forças das Nações Unidas que garanta que o Sudão não volte a lançar uma ofensiva contra seu território.
Em comunicado oficial, as autoridades sul-sudanesas exigiram um "mecanismo claro e uma garantia que Heglig não será usado para lançar outro ataque", já que a todo custo querem "evitar outra onda de violência".
Além disso, o Sudão do Sul declarou que quer "a paz com o Sudão e retomar as negociações imediatamente para resolver as questões pendentes".
Nas últimas semanas, os dois países viveram uma escalada bélica, principalmente nas áreas fronteiriças, ricas em petróleo e onde operam rebeldes opostos ao regime sudanês, que por sua vez lançou duras ofensivas contra as forças armadas de seu vizinho do sul.
O Sudão do Sul proclamou oficialmente sua independência em julho do ano passado, após realizar um plebiscito entre seus habitantes sob os auspícios da comunidade internacional.