Em Davos, executivos expressam otimismo cético sobre zona do euro
Executivos europeus duvidam que a crise de dívida na zona do euro seja resolvida sem chegar à Espanha e sem fazer investidores terem prejuízos
Da Redação
Publicado em 27 de janeiro de 2011 às 09h12.
Davos - Os executivos europeus que participam do Fórum Econômico Mundial, em Davos, expressaram um otimismo cético sobre as chances da crise de dívida da zona do euro ser resolvida sem chegar à Espanha e sem fazer investidores terem prejuízos.
Autoridades dos Estados Unidos, da União Europeia e do setor financeiro devem se concentrar nos problemas de dívida europeus em uma série de reuniões fechadas e debates nesta quinta-feira, segundo dia do fórum.
Porém, um ano após a crise fiscal da Grécia ter dominado Davos, gerando resgate ao país em maio e à Irlanda em dezembro, os líderes empresariais dizem que as expectativas estão crescendo de que a UE esteja preparando medidas eficazes para ajudar os membros mais fracos e restaurar a confiança no setor financeiro.
"Nós confiamos que o euro continuará a existir como moeda e que os países da zona do euro resolverão seus problemas no geral", disse Dieter Wemmer, diretor financeiro da seguradora Zurich Financial, à Reuters.
Segundo ele, pode até ser necessário que os investidores de bônus realizem perdas (o chamado "haircut") na dívida soberana de alguns países periféricos da zona do euro, mas isso não envolveria grandes prejuízos.
"Eu acho que existe a possibilidade de que o 'haircut' ocorra em algumas áreas. Mas não sei se será dramático", disse Wemmer.
Líderes da UE devem adotar um pacote abrangente de medidas durante uma cúpula em março, envolvendo reformas ao fundo de resgate, junto com regras mais duras de disciplina fiscal e compromissos a reformas econômicas estruturais para melhorar a competitividade.
Em entrevista à TV Reuters Insider na quarta-feira, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, pediu um fortalecimento do Instrumento Europeu de Estabilidade Financeira, de 440 bilhões de euros, "tanto em quantidade quanto em qualidade". O fundo deveria ser o mais flexível possível e ter permissão para comprar bônus de países endividados, disse Trichet.