Schneiderman: o procurador deixou o cargo este ano após ser acusado de agredir e tentar estrangular várias mulheres (Drew Angerer/Getty Images)
EFE
Publicado em 8 de novembro de 2018 às 17h34.
Nova York - Eric Schneiderman, o procurador-geral do estado de Nova York, nos Estados Unidos, que renunciou em maio após ser acusado de supostas agressões a várias mulheres, não será processado, anunciou nesta quinta-feira a procuradora distrital encarregada do caso.
Em uma declaração enviada à imprensa, a procuradora distrital Madeline Singas explicou que, embora os depoimentos das mulheres sejam críveis, existem "impedimentos legais" que impedem a apresentação de acusações penais.
Entre eles, Singas mencionou o fato de que alguns dos supostos crimes que são atribuídos a Schneiderman já teriam prescrevido.
Em maio, o governador do estado de Nova York, Andrew Cuomo, determinou que Singas se encarregasse da investigação em meio às dúvidas sobre quem deveria assumir o caso.
A procuradora, titular do distrito do condado de Nassau, nos arredores de Nova York, explicou hoje que ouviu pessoalmente os depoimentos das mulheres que acusaram Schneiderman, além de integrantes de sua equipe, funcionários de seu escritório e possíveis testemunhas.
"Eu acredito nas mulheres que compartilharam suas experiências com nossa equipe de investigação, no entanto, impedimentos legais, entre eles prazos de prescrição, impossibilitam um processo penal", afirmou Singas.
Schneiderman deixou seu cargo este ano após ser acusado de agredir e tentar estrangular várias mulheres com as quais manteve relações sentimentais, em algumas ocasiões depois da ingestão de bebidas alcoólicas.
O ex-procurador-geral estadual pediu hoje perdão às mulheres que o acusaram e aos nova-iorquinos, e garantiu que passou algum tempo em um "centro de reabilitação".
"Reconheço que a decisão da procuradora distrital Singas de não me processar não quer dizer que eu não tenha feito nada de ruim", afirmou Schneiderman através de um comunicado repercutido por vários veículos de imprensa.
"Aceito total responsabilidade pela minha conduta nas minhas relações com as minhas acusadoras", acrescentou o ex-procurador-geral estadual.
Até sua renúncia, Schneiderman, do Partido Democrata e um grande crítico do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, era um dos procuradores-gerais estaduais mais poderosos e tinha ocupado um lugar preferencial no movimento contra os abusos sexuais que surgiu no ano passado.