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Ex-primeiro-ministro passa noite em prisão de Portugal

José Sócrates passou sua primeira noite em prisão preventiva, a medida cautelar mais grave que podia ser decretada pelo juiz


	José Sócrates, ex-primeiro-ministro de Portugal: Sócrates foi chefe do governo entre 2005 e 2011
 (WIKIMEDIA COMMONS)

José Sócrates, ex-primeiro-ministro de Portugal: Sócrates foi chefe do governo entre 2005 e 2011 (WIKIMEDIA COMMONS)

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Da Redação

Publicado em 25 de novembro de 2014 às 09h57.

Lisboa - O ex-primeiro-ministro socialista português José Sócrates passou sua primeira noite em prisão preventiva, a medida cautelar mais grave que podia ser decretada pelo juiz de seu caso, Carlos Alexandre.

O ex-chefe do governo de Portugal entre 2005 e 2011 dormiu em uma carceragem situada na sede da Polícia Judiciária, no centro de Lisboa, segundo informou a imprensa. Sócrates pode ser levado ao longo do dia para a prisão de Évora, destinada para policiais e agentes da ordem.

A decisão do juiz só foi revelada no final da segunda-feira, após uma longa e tensa espera, já que o interrogatório de Sócrates tinha acabado por volta do meio-dia.

O ex-secretário-geral do Partido Socialista luso (PS) foi oficialmente considerado suspeito dos delitos de fraude fiscal qualificada, lavagem de capitais e corrupção.

Seu advogado, João Araújo, qualificou a decisão de "injusta e injustificada", e confirmou que será apresentado um recurso.

Além de Sócrates, também foi decretada prisão provisória de outros dois dos três detidos na chamada "Operação Marquês": o empresário Carlos Santos Silva e o motorista João Perna.

O quarto detido, o advogado Gonçalo Mendes, foi o único deixado em liberdade, embora não possa viajar para fora do país e deva se apresentar duas vezes por semana ante a justiça.

A prisão de Sócrates representa um marco em Portugal, que nunca tinha visto em sua democracia um primeiro-ministro ser detido.

O ex-governante foi detido na sexta-feira passada no aeroporto de Lisboa, logo após chegar de Paris, e durante três dias foi interrogado por Carlos Alexandre, famoso no país por julgar casos importantes.

Oficialmente, só foi divulgado que a investigação tem relação com "operações bancárias, movimentos e transferências de dinheiro sem justificativa".

A imprensa portuguesa atribui ao ex-primeiro-ministro uma elevada fortuna, de cerca de 20 milhões de euros - embora em uma conta no nome de seu amigo Carlos Santo Silva -, e inclusive especula-se que Sócrates transferiu dinheiro em espécie de Lisboa até Paris com ajuda de seu motorista.

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