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Ex-presidente de Honduras é condenado a 45 anos de prisão nos EUA por tráfico de drogas

Em uma audiência em Nova York, o juiz Kevin Castel determinou que Hernández deve pagar uma multa de US$ 8 milhões

Juan Orlando Hernández, ex-presidente de Honduras (Ezequiel Becerra/AFP/AFP)

Juan Orlando Hernández, ex-presidente de Honduras (Ezequiel Becerra/AFP/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 26 de junho de 2024 às 16h18.

Última atualização em 26 de junho de 2024 às 16h55.

A Justiça dos Estados Unidos condenou nesta quarta-feira, 26, o ex-presidente de Honduras, Juan Orlando Hernández, a 45 anos de prisão, depois de ter sido considerado culpado de tráfico de drogas e armas em 8 de março.

Em uma audiência em Nova York, o juiz Kevin Castel também determinou que Hernández, de 55 anos, que foi presidente por dois mandatos consecutivos de 2014 a 2022, deve pagar uma multa de US$ 8 milhões (R$ 44 milhões) e cumprir cinco anos de liberdade vigiada após deixar a prisão.

"O papel de Juan Orlando Hernández foi usar seu poder político como presidente do Congresso e como presidente de Honduras para minimizar o risco dos narcotraficantes em troca de dinheiro", afirmou o juiz ao ler a sentença.

"Sou inocente e fui acusado de forma injusta e indevida", disse o ex-presidente, que entrou na sala de audiências usando uma bengala devido a um acidente jogando futebol, conforme esclareceu seu advogado, Renato Stabile.

Hernández ouviu de pé a sentença do juiz Castel, que foi bastante duro em sua argumentação, embora tenha imposto praticamente a pena mínima pelos três crimes imputados ao ex-presidente hondurenho por um júri popular em 8 de março.

"Narcoestado"

Fiel colaborador do governo do republicano Donald Trump (2017-2021), Hernández chegou a se vangloriar dos elogios de Washington pelo trabalho de seu governo na luta contra o narcotráfico.

No entanto, o escritório do promotor em Nova York o acusou de criar um "narcoestado" e transformar Honduras em uma "superestrada" pela qual passava grande parte da droga vinda da Colômbia.

Entre 2004 e 2022 — desde seus cargos como deputado, presidente do Congresso e depois presidente da República — Hernández participou e protegeu uma rede que enviou mais de 400 toneladas de cocaína para os Estados Unidos, detalhou o promotor nesta quarta.

Em troca, teria recebido milhões de dólares dos cartéis de drogas, incluindo do narcotraficante mexicano Joaquín "Chapo" Guzmán, condenado à prisão perpétua nos Estados Unidos.

Extraditado em abril de 2022 para os Estados Unidos, três meses após entregar a Presidência para sua sucessora, a esquerdista Xiomara Castro, Hernández teria sido o autor da frase famosa: "Vamos enfiar droga nos gringos debaixo de seus narizes e eles nem vão perceber", segundo disse uma testemunha do julgamento.

Outros acusados no mesmo processo, incluindo seu irmão Tony Hernández e o colaborador próximo Geovanny Fuentes, já foram condenados à prisão perpétua.

Também no mesmo processo, o ex-chefe da polícia hondurenha Juan Carlos Bonilla, conhecido como "El Tigre", e o policial Mauricio Hernández Pineda se declararam culpados de narcotráfico, evitando julgamento junto com o ex-presidente.

Desde 2014, cerca de 50 hondurenhos acusados de narcotráfico foram extraditados ou se entregaram voluntariamente à Justiça dos Estados Unidos.

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