Napout: o ex-presidente da Conmebol estava envolvido nos escândalos de corrupção da Fifa (Amr Alfiky/Reuters)
EFE
Publicado em 29 de agosto de 2018 às 17h22.
Nova York - O paraguaio Juan Ángel Napout, ex-presidente da Conmebol, foi condenado nesta quarta-feira a 9 anos de prisão nos Estados Unidos por envolvimento no escândalo de corrupção que abalou a Fifa, conhecido como "Fifagate".
Napout também terá que pagar uma multa de US$ 1 milhão e devolver outros US$ 3,3 milhões que embolsou em propinas.
A juíza federal Pamela Chen explicou que levou em consideração o histórico pessoal do também ex-vice-presidente da Fifa e seu estado de saúde para uma condenação menor. Os promotores americanos pediam que Napout, de 60 anos, permanecesse 20 anos na cadeira.
A advogada de Napout, Silvia Piñera, afirmou que recorrerá da decisão por considerar que a sentença da juíza não foi justa.
"Juan é um homem de muita humanidade, generoso no seu país. Para os atos que o consideraram culpado, uma sentença de prisão de nove anos não é justa", disse Piñera a jornalistas.
A esposa de Napout, Karin Forster, também fez uma ampla defesa das qualidades pessoais do marido.
"É um homem decente e generoso, que tratou todos igualmente e com generosidade", disse Forster, que acompanhou o julgamento ao lado dos filhos do casal e outros integrantes da família do dirigente.
Napout foi considerado culpado em dezembro deste ano de conspirar para cometer crimes e fraude eletrônica. Os jurados, porém, o consideram inocente da acusação de lavagem de dinheiro.
Segundo a Justiça americana, o ex-presidente da Conmebol recebeu pelo menos US$ 3,3 milhões em propinas de empresas que queriam comprar os direitos de transmissão de torneios da entidade comandada por Napout. As companhias teriam prometido ao dirigente um pagamento de quase US$ 25 milhões.
Napout está preso desde dezembro em uma prisão de Nova York, à espera de sua sentença, determinada hoje pela juíza Pamela Chen.
A magistrada negou a maior parte dos argumentos da defesa para reduzir a condenação, destacando a gravidade dos crimes e o dano causado por Napout e outros dirigentes à reputação do futebol.
Além disso, Chen disse não poder compreender a motivação do ex-presidente da Conmebol para cometer o crime já que Napout possuía uma situação financeira confortável. Por isso, afirmou que a sentença deveria enviar uma "contundente mensagem" para que outras pessoas não tenham atitudes similares às do dirigente.
Napout poderá ganhará liberdade condicional em dois anos. Se for deportado dos EUA, o dirigente não poderá mais voltar ao país.
A Justiça americana também condenou na última semana o ex-presidente da CBF José Maria Marín, também envolvido no "Fifagate". O dirigente brasileiro, de 86 anos, recebeu uma pena menor que a de Napout e ficará quatro anos preso.