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Ex-ministro é condenado à prisão perpétua em Bangladesh

Tribunal de Bangladesh condenou à prisão perpétua ex-ministro do principal partido de oposição por seu envolvimento em crimes contra os direitos humanos

Porto em Daka, Bangladesh: ex-parlamentar foi considerado culpado em nove das 17 acusações que pesavam sobre ele (Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2013 às 09h35.

Nova Deli - Um tribunal especial de Bangladesh condenou à prisão perpétua nesta quarta-feira em Daca, a capital do país, um ex-ministro do principal partido de oposição ao atual governo por seu envolvimento em crimes contra os direitos humanos na guerra de independência de 1971, informou a imprensa local.

Abdul Alim, de 83 anos e também um ex-parlamentar pelo Partido Nacionalista (BNP), foi considerado culpado em nove das 17 acusações que pesavam sobre ele por um painel composto por três juízes e liderado pelo presidente do tribunal, Obaidul Hassan.

Alim, que no final de setembro foi internado em um hospital da cidade por problemas de saúde, participou - segundo a acusação - do massacre de cerca de 600 pessoas durante o conflito, sobretudo hindus, religião minoritária no país de maioria muçulmana.

Também teve envolvimento em saques, prisões arbitrárias e deportações de civis desarmados quando esteve à frente da milícia conhecida como Razakar Bahini e que apoiou o Paquistão, país do qual Bangladesh era então a parte oriental.

Alim é o segundo líder do BNP condenado pelo tribunal especial, criado em 2010 pelo atual governo para julgar os crimes cometidos na guerra civil.

No último dia 1º, o deputado Salaudín Quader Chowdhury, um dos principais líderes do Partido Nacionalista, foi condenado à morte por acusações similares.


Desde janeiro foram condenadas outras seis pessoas - cinco penas capitais e uma de prisão -, todas elas do alto escalão do principal partido islamita do país, o Jamaat-e-Islami (JI), que se alinhou na guerra com o Paquistão e foi considerado ilegal em agosto.

Nascido em 1930 na região de Bengala, na Índia, Alim fez parte, durante a juventude, da Liga Muçulmana, um histórico partido que defendeu durante o domínio britânico a criação do Paquistão como uma nação para os muçulmanos do subcontinente indiano.

Após mais de duas décadas como parte do Paquistão, Bangladesh declarou sua independência, com apoio militar indiano, depois de uma guerra de nove meses que deixou 3 milhões de mortos.

Alim foi peso após a separação, mas depois foi libertado e o general Ziaur Rehman, um dos heróis do país e fundador do BNP, o transformou em ministro no final dos anos 1970 durante seu mandato como presidente.

Os julgamentos por crimes de guerra contribuíram para aumentar a instabilidade que caracteriza a cena política do país, polarizado pelo histórico confronto entre duas mulheres, herdeiras dos heróis nacionais: Khaleda Zia, líder do BNP, e a primeira-ministra Sheikh Hasina.

As condenações motivaram, além disso, protestos islamitas que causaram pelo menos 150 mortes desde janeiro pelas mãos das forças de segurança, que fez "uso excessivo" da força, segundo denúncias da organização Human Rights Watch.

No início de 2014, estão previstas eleições gerais no país.

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Alim, que no final de setembro foi internado em um hospital da cidade por problemas de saúde, participou - segundo a acusação - do massacre de cerca de 600 pessoas durante o conflito, sobretudo hindus, religião minoritária no país de maioria muçulmana.

Também teve envolvimento em saques, prisões arbitrárias e deportações de civis desarmados quando esteve à frente da milícia conhecida como Razakar Bahini e que apoiou o Paquistão, país do qual Bangladesh era então a parte oriental.

Alim é o segundo líder do BNP condenado pelo tribunal especial, criado em 2010 pelo atual governo para julgar os crimes cometidos na guerra civil.

No último dia 1º, o deputado Salaudín Quader Chowdhury, um dos principais líderes do Partido Nacionalista, foi condenado à morte por acusações similares.


Desde janeiro foram condenadas outras seis pessoas - cinco penas capitais e uma de prisão -, todas elas do alto escalão do principal partido islamita do país, o Jamaat-e-Islami (JI), que se alinhou na guerra com o Paquistão e foi considerado ilegal em agosto.

Nascido em 1930 na região de Bengala, na Índia, Alim fez parte, durante a juventude, da Liga Muçulmana, um histórico partido que defendeu durante o domínio britânico a criação do Paquistão como uma nação para os muçulmanos do subcontinente indiano.

Após mais de duas décadas como parte do Paquistão, Bangladesh declarou sua independência, com apoio militar indiano, depois de uma guerra de nove meses que deixou 3 milhões de mortos.

Alim foi peso após a separação, mas depois foi libertado e o general Ziaur Rehman, um dos heróis do país e fundador do BNP, o transformou em ministro no final dos anos 1970 durante seu mandato como presidente.

Os julgamentos por crimes de guerra contribuíram para aumentar a instabilidade que caracteriza a cena política do país, polarizado pelo histórico confronto entre duas mulheres, herdeiras dos heróis nacionais: Khaleda Zia, líder do BNP, e a primeira-ministra Sheikh Hasina.

As condenações motivaram, além disso, protestos islamitas que causaram pelo menos 150 mortes desde janeiro pelas mãos das forças de segurança, que fez "uso excessivo" da força, segundo denúncias da organização Human Rights Watch.

No início de 2014, estão previstas eleições gerais no país.

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