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Ex-membro da Igreja dos EUA critica silêncio do papa sobre escândalos

Carlo Maria Viganò afirmou que o papa Francisco sabia do caso contra o ex-cardeal Theodore McCarrick desde 2013

Papa: em agosto, Viganò renunciou ao cargo, alegando saber desde junho de 2013 das acusações de abusos sexuais sobre McCarrick, afastado pelo pontífice em julho (Max Rossi/Reuters)
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EFE

Publicado em 28 de setembro de 2018 às 14h32.

Cidade do Vaticano - O ex-núncio apostólico nos Estados Unidos Carlo Maria Viganò, que há um mês disse que o papa Francisco tinha conhecimento das acusações de abuso sexual contra o ex-cardeal Theodore McCarrick, voltou a criticar o pontífice, desta vez por ficar em silêncio.

"O papa e os cardeais de Roma não negaram os fatos que afirmei em meu testemunho. Se negarem meu testemunho, têm apenas que dizer e fornecer documentação para apoiar essa negação. Como evitar concluir que a razão pela qual eles não fornecem a documentação é porque sabem que isso confirma meu testemunho?", afirmou Viganò, em carta divulgada pelos portais "National Catholic Register" (Estados Unidos) e "InfoVaticana" (Espanha).

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Viganò reiterou que Francisco sabia do caso, porque ele tinha contado em 2013 "como McCarrick era perverso em suas intenções e ações", afirmações que continuam sem documentação que as apoie.

Segundo ele, a falta de resposta do papa é contrária ao que ele diz acreditar, à transparência e à construção de pontes.

O ex-núncio diz que, desde que deu seu depoimento, "unicamente para o bem da Igreja", tem vivido dias difíceis e que a decisão de acusar o pontífice foi "a mais dolorosa e séria" que já tomou na vida.

O religioso defende ter documentos para provar anos de acobertamento de abusos sexuais de McCarrick pelo Vaticano, mas não apresenta as provas. No dia 26 se agosto, Viganò, de 77 anos, renunciou ao cargo, alegando saber desde junho de 2013 das acusações de abusos sexuais sobre McCarrick, de 88 anos, afastado pelo pontífice em julho.

Viganò escreveu uma longa carta para jornais conservadores de vários países. O texto, datado de 22 de agosto, foi publicado quatro dias depois, enquanto o papa estava em Dublin (Irlanda) no Encontro Mundial das Famílias.

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