Mundo

Ex-diretores da CIA fazem duras críticas a Trump

O presidente americano foi criticado por ex-chefes da CIA após retirar de John Brennan, firme crítico do governo, o acesso a informações confidenciais

O benefício retirado é historicamente outorgado a funcionários de alto escalão para ter acesso a informação delicada e confidencial (Isaac Brekken/Getty Images)

O benefício retirado é historicamente outorgado a funcionários de alto escalão para ter acesso a informação delicada e confidencial (Isaac Brekken/Getty Images)

A

AFP

Publicado em 17 de agosto de 2018 às 14h09.

Última atualização em 17 de agosto de 2018 às 14h10.

Ex-diretores da CIA e outros seis ex-chefes dos espiões mais importantes dos Estados Unidos emitiram uma condenação sem precedentes contra o presidente Donald Trump, depois de sua decisão de colocar seu colega John Brennan na lista negra.

Em uma declaração, os ex-chefes da agência de Inteligência CIA nomeados por presidentes republicanos e democratas, incluindo Robert Gates, George Tenet, Porter Goss, Leon Panetta e David Petraeus, denunciaram a decisão de Trump de retirar de Brennan a sua autorização de acesso a informação confidencial.

"A ação do presidente com relação a John Brennan e às ameaças de atos similares contra outros ex-funcionários não têm nada a ver com quem deve ou não deve ter autorização de segurança, e tudo tem a ver com uma tentativa de reprimir a liberdade de expressão", assinalou o comunicado.

Ao descrever a decisão de Trump como "inapropriada e profundamente lamentável", insistiram que "nunca antes havíamos visto a aprovação ou a eliminação de autorizações de segurança utilizadas como ferramenta político, como foi feito neste caso".

Esta semana Trump resolveu retirar do ex-diretor da CIA John Brennan - firme crítico do presidente - a autorização de acesso a informação sigilosa. Esse benefício agora revogado é historicamente outorgado a funcionários de alto escalão para ter acesso a informação delicada e confidencial, inclusive depois de deixarem o cargo.

Na quinta-feira, em uma coluna publicada no New York Times, Brennan - que até janeiro de 2017 era o guardião dos segredos americanos - disse que Trump "está desesperado para proteger a si mesmo e aos outros próximos a ele" dentro da estrutura da investigação oficial sobre os vínculos de sua equipe de campanha com a Rússia.

O procurador especial Robert Mueller está investigando a interferência russa nas eleições presidenciais de 2016 e um possível conluio entre Moscou e a equipe de campanha de Trump, um tema que é persistentemente discutido no ambiente político e midiático dos Estados Unidos.

Trump admitiu em entrevista ao Wall Street Journal que a sua decisão se deve à postura crítica de Brennan e seus comentários sobre as ligações de sua equipe de campanha eleitoral com a Rússia.

Acompanhe tudo sobre:CIADonald TrumpEstados Unidos (EUA)

Mais de Mundo

O que é o Projeto Manhattan, citado por Trump ao anunciar Musk

Donald Trump anuncia Elon Musk para chefiar novo Departamento de Eficiência

Trump nomeia apresentador da Fox News como secretário de defesa

Milei conversa com Trump pela 1ª vez após eleição nos EUA