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Ex-agentes de Pinochet são condenados por desaparecimento de estudante

A sentença responsabiliza antigos agentes por crime de sequestro qualificado de uma estudante de Nutrição que até hoje é considerada desaparecida

Pinochet: durante sua ditadura, cerca de 3.2000 pessoas foram mortas por agentes do Estado (Marcelo Montecino / Contributor/Getty Images)

Pinochet: durante sua ditadura, cerca de 3.2000 pessoas foram mortas por agentes do Estado (Marcelo Montecino / Contributor/Getty Images)

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EFE

Publicado em 26 de dezembro de 2019 às 15h10.

Santiago - A Justiça chilena condenou nesta quinta-feira (26) sete ex-agentes da ditadura de Augusto Pinochet devido ao sequestro qualificado de uma estudante em 1974 durante a Operação Colombo, medida tomada para encobrir o desaparecimento de pelo menos 119 opositores.

A sentença determina a responsabilidade dos antigos agentes no crime de sequestro qualificado de Maria Angélica Andreoli Bravo, estudante de Nutrição detida ilegalmente no dia 6 de agosto daquele ano, segundo a Suprema Corte.

Em decisão unânime, o tribunal determinou as penas para os principais agentes da Direção de Inteligência Nacional (DINA), a polícia secreta de Pinochet, e determinou 13 anos de prisão para o general Raúl Iturriaga Neumann e os brigadeiros Pedro Espinoza Bravo e Miguel Krassnoff Martchenko.

Todos eles cumprem atualmente longas penas de prisão pelo envolvimento em violações dos direitos humanos durante a ditadura de Pinochet. Além desses condenados, a Justiça condenou outros quatro membros das forças da ordem a dez anos de prisão.

De acordo com a Corte Suprema, na tarde de 6 de agosto de 1974, Andreoli, militante do Movimento de Esquerda Revolucionária (MIR), foi presa em casa, no município de Las Condes, em Santiago.

 

Ela foi colocada em uma van por agentes da DINA e levada para um centro de detenção clandestino conhecido como Londres 38, no centro da capital, onde foi interrogada sob tortura e confinada.

A intenção dos torturadores era obter uma confissão sobre as possíveis atividades da estudante como membro do MIR, opositor do regime de Pinochet, e os nomes e endereços de colegas políticos.

Andreoli foi vista com vida pela última vez em agosto ou setembro de 1974, de acordo com os depoimentos de outros detidos que foram confinados com ela. Ela está desaparecida desde então.

Em 1975, o nome de Andreoli foi incluído entre as vítimas da Operação Colombo, uma estrutura da DINA para encobrir o desaparecimento de presos políticos com o apoio das polícias secretas de Brasil e Argentina.

Durante a ditadura de Pinochet, cerca de 3.200 pessoas foram mortos por agentes do Estado, das quais 1.192 são consideradas presas desaparecidas, enquanto outras 40 mil foram encarceradas e torturadas por razões políticas.

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