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Ex-agente da CIA é condenado por vazar informação

Jeffrey A. Sterling foi condenado a 42 meses de prisão por vazar a um jornalista detalhes sobre um complô secreto para desmantelar o programa nuclear do Irã


	A sede da CIA: a acusação pedia para Sterling, que fez parte da CIA entre maio de 1993 e janeiro de 2002, uma "severa" sentença de 19 a 24 anos de prisão
 (Saul Loeb/AFP)

A sede da CIA: a acusação pedia para Sterling, que fez parte da CIA entre maio de 1993 e janeiro de 2002, uma "severa" sentença de 19 a 24 anos de prisão (Saul Loeb/AFP)

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Da Redação

Publicado em 11 de maio de 2015 às 23h55.

Washington - A Justiça dos Estados Unidos condenou nesta segunda-feira o ex-agente da CIA (agência de inteligência americana), Jeffrey A. Sterling, a 42 meses de prisão por vazar a um jornalista do "The New York Times" detalhes sobre um complô secreto para desmantelar o programa nuclear iraniano.

A juíza Léonie M. Brinkema, da corte federal de Alexandria (Virgínia), ditou hoje a sentença final para Sterling, de 47 anos, que em janeiro já havia sido declarado culpado de nove acusações por revelação de informação relacionada com a defesa nacional, obstrução à justiça e vazamento de segredos, entre outras.

O ex-oficial da CIA foi acusado em 2010 de vazar informação confidencial ao jornalista James Risen para seu livro "State of War: The Secret History of the CIA and the Bush Administration", no qual revela uma operação encoberta destinada a sabotar o programa nuclear do Irã.

Embora o jornalista sempre tenha se negado a revelar sua fonte, o Departamento de Justiça afirma que durante o julgamento ficou demonstrada a troca de e-mails e ligações entre o repórter e o ex-espião entre dezembro de 2003 e novembro de 2005, justo antes da publicação do livro, em 2006.

A acusação pedia para Sterling, que fez parte da CIA entre maio de 1993 e janeiro de 2002, uma "severa" sentença de 19 a 24 anos de prisão por considerar que a publicação do livro provocou o fechamento de um dos poucos mecanismos com os quais o governo americano contava para frear a corrida nuclear do Irã.

No entanto, a defesa pediu à magistrada que impusesse a Sterling uma sanção similar às ditadas para outras pessoas envolvidas em casos de vazamentos, como o general reformado David Petraeus, ex-diretor da CIA e um dos militares mais prestigiados dos EUA.

O condecorado militar foi condenado no último dia 23 de abril a dois anos de liberdade vigiada e uma multa de US$ 100 mil por vazar informação secreta a sua biógrafa, com a qual mantinha uma relação sentimental.

O processo contra Sterling, que começou sob o mandato do presidente George W. Bush e se prolongou durante o do presidente Barack Obama, ganhou mais atenção midiática quando o jornalista foi obrigado a prestar depoimento no julgamento do ex-agente e, ao negar-se a revelar suas fontes, correu o risco de ser condenado à prisão.

Finalmente, por causa da pressão de diferentes grupos de jornalistas, o Departamento de Justiça americana decidiu não convocar o repórter, ganhador de dois prêmios Pulitzer.

A ex-secretária de Estado, Condoleezza Rice, depôs como testemunha no tribunal de Alexandria, por onde também passaram agentes da CIA que falaram atrás de telas negras para não revelar sua identidade.

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