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Evo promete 2º turno na Bolívia se for comprovada fraude em eleição

Até agora, por causa da suspeita de fraude, apenas México, Venezuela e Cuba enviaram mensagens cumprimentando Evo pela vitória nas eleições

Evo Morales: presidente da Bolívia tenta acalmar os protestos que acontecem no país desde a eleição (David Mercado/Reuters)

Evo Morales: presidente da Bolívia tenta acalmar os protestos que acontecem no país desde a eleição (David Mercado/Reuters)

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Reuters

Publicado em 26 de outubro de 2019 às 16h33.

La Paz - O presidente da Bolívia, Evo Morales, prometeu, neste sábado (26), realizar um segundo turno se uma revisão da contagem de votos que lhe deu a vitória em primeiro turno encontrar evidências de fraude, em uma tentativa de acalmar o sexto dia de protestos e críticas internacionais sobre sua reeleição para um quarto mandato consecutivo.

Morales marchou contra a oposição em um bastião regional de apoio ao seu governo de esquerda. Ele disse que seus adversários estavam "com inveja" dos seus feito após 14 anos no poder e os acusou, sem apresentar provas, de tentarem provocar distúrbios para derrubá-lo ilegalmente.

Mas ele pareceu preocupado com sua reputação internacional, depois que observadores e governos estrangeiros lançaram dúvidas sobre a legitimidade de sua vitória.

 

Até agora, apenas Venezuela, Cuba e México enviaram parabéns, enquanto a União Europeia e alguns dos maiores países da região --Brasil, Argentina e Colômbia-- pressionaram para que realizasse um segundo turno com o principal rival, Carlos Mesa, para restaurar a credibilidade da eleição de domingo, a mais acirrada desde 2002.

"Convido o ministro das Relações Exteriores da Argentina, do Brasil, da Colômbia e dos Estados Unidos a virem aqui -- vamos auditar voto a voto", disse Morales, em um discurso diante de oficiais militares na região produtora de coca de Cochabamba.

"Eu acompanharei (a audição). Se houver fraude, no dia seguinte convocarei um segundo turno", acrescentou Morales, em comentários veiculados na emissora de televisão estatal.

Manifestantes bloquearam ruas em partes da capital La Paz, neste sábado, pelo segundo dia consecutivo. Uma greve contra seu governo continuou em Santa Cruz, centro agricultor e industrial onde a oposição a ele tem sido forte há muito tempo.

Morales já é o presidente mais longevo da América Latina. Ele concorreu a um quarto mandato este ano, desafiando limites de reeleição e um referendo nacional, depois que uma decisão judicial lhe deu sinal verde.

O Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) negou acusações de fraude feitas pela oposição. As acusações foram alimentadas quando o órgão abruptamente interrompeu a publicação de uma rápida contagem de votos que mostrava Morales em um segundo turno contra Mesa.

Quando a contagem foi retomada, confirmou a previsão de Morales, feita no domingo, de que ele teria os 10 pontos necessários de vantagem sobre Mesa para evitar o segundo turno, em uma eleição com nove candidatos.

A contagem final do TSE mostrou Morales com 47,08% dos votos e Mesa com 36,51%. O TSE e Morales disseram que é bem-vinda uma audição do grupo regional Organização dos Estados Americanos (OEA), mas não especificaram se aceitariam a condição de que as conclusões fossem legalmente vinculantes.

O Brasil, maior parceiro comercial da Bolívia, foi mais longe na pressão contra Morales, alertando que não reconheceria os resultados até que a OEA finalizasse sua audição da contagem de votos.

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