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EUA vão liberar 60 milhões de doses de vacina a outros países

Os EUA chegaram a mais de 40% de sua população vacinada com a primeira dose contra a covid-19. Espera-se que milhões de doses da AstraZeneca fiquem prontas até junho

Presidente americano, Joe Biden: EUA têm sido pressionados a doar vacinas excedentes (Al Drago-Pool/Getty Images)

Presidente americano, Joe Biden: EUA têm sido pressionados a doar vacinas excedentes (Al Drago-Pool/Getty Images)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 26 de abril de 2021 às 14h28.

Última atualização em 26 de abril de 2021 às 15h13.

Mais doses de vacinas contra a covid-19 devem ser liberadas pelos Estados Unidos em breve a outros países.

O governo vai começar a compartilhar nos próximos meses o que pode chegar a 60 milhões de doses da vacina da AstraZeneca com a Universidade de Oxford, segundo oficiais da Casa Branca informaram nesta segunda-feira, 26.

A informação foi publicada no perfil oficial de Andy Slavitt, consultor sênior e membro da equipe de resposta da Casa Branca à covid-19, que escreveu que os EUA vão "liberar 60 milhões de doses da AstraZeneca a outros países à medida em que elas estiverem disponíveis".

A agência de notícias Associated Press também publicou a notícia com base em declarações de fontes próximas ao governo do presidente Joe Biden.

Até então, 4 milhões de doses do imunizante já haviam sido enviadas aos vizinhos México e Canadá.

Apesar disso, os EUA têm um estoque de doses prontas da AstraZeneca já feitas em fábrica da empresa no país (de valor exato não revelado, mas estimava-se em março que chegava a 10 milhões de doses).

Segundo as informações da Associated Press, cerca de 50 milhões de doses estão em estágio de produção nos EUA, podendo ficar disponíveis para serem exportadas em maio e junho.

Os EUA compraram 300 milhões de doses antecipadas do imunizante, a maior parte ainda a ser fabricada. Mas a vacina da anglo-sueca AstraZeneca ainda não está sendo utilizada nos EUA e aguarda aprovação da FDA, reguladora americana. O país tem vacinado por ora com os imunizantes das americanas Pfizer, Moderna e Johnson & Johnson.

Ainda não está claro quais países receberiam as doses e se o governo americano está disposto a incluir nas doações vacinas de outras fabricantes.

"Dado o forte portfólio de vacinas que os EUA já têm e que foram autorizados pela FDA, e dado que a vacina da AstraZeneca não está autorizada para uso nos EUA, nós não precisamos usar a vacina da AstraZeneca aqui nos próximos meses", disse à AP Jeff Zients, coordenador da equipe responsável pela resposta à covid-19 na Casa Branca.

"Portanto, os EUA estão procurando opções para compartilhar as doses da AstraZeneca com outros países à medida em que elas se tornem disponíveis."

Os Estados Unidos aplicaram até domingo, 25, 229 milhões de doses de vacina contra a covid-19, segundo os dados oficiais do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). É o equivalente a 42% da população vacinada com a primeira dose e quase 30% com a segunda.

Mais de 80% dos idosos acima de 60 anos também já se vacinaram. O país é o que tem mais doses aplicadas no mundo, e a vacinação já foi aberta a adultos jovens, acima de 18 anos.

Em meio à velocidade da vacinação americana e a queda brusca no número de mortes, têm se multiplicado os pedidos para que o governo do presidente Joe Biden compartilhe vacinas com outros países.

Biden e seus auxiliares vinham dizendo nas últimas semanas que o envio de doses a outros países estava sendo estudado. Uma das declarações recentes veio com relação à Índia, que tem sofrido um aumento exponencial de casos e mortes por covid-19 nos últimos dias e já sofre com falta de oxigênio.

Embora a Índia tenha o maior fabricante de vacinas do mundo, o Instituto Serum (parceiro da AstraZeneca), o país tem também 1,4 bilhão de habitantes e só 10% da população vacinada. O governo americano disse ontem que enviará insumos ao país, o que poderá incluir doses adicionais de vacinas.

 

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