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EUA vão barrar estrangeiros recuperados de Covid com uma dose

Os EUA nunca consideraram a recuperação da Covid-19 em sua definição de imunização

O plano do governo Biden de barrar viajantes estrangeiros que se recuperaram, mas não receberam duas doses, independentemente de seu país de origem considerá-los vacinados, pode se tornar um novo ponto de tensão (AFP/AFP)

O plano do governo Biden de barrar viajantes estrangeiros que se recuperaram, mas não receberam duas doses, independentemente de seu país de origem considerá-los vacinados, pode se tornar um novo ponto de tensão (AFP/AFP)

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Bloomberg

Publicado em 19 de outubro de 2021 às 20h44.

Última atualização em 19 de outubro de 2021 às 20h51.

Por: Joshua Wingrove

A nova política de viagens dos Estados Unidos bloqueará a entrada de estrangeiros que se recuperaram da Covid-19 e receberam apenas uma dose de vacinas que requerem duas, um regime que a França e a Comissão Europeia consideram como imunização completa.

Os EUA anunciaram na sexta-feira que vão abrir as fronteiras para viajantes vacinados a partir de 8 de novembro, e os Centros de Controle e Prevenção de Doenças disseram que a medida incluiria “qualquer combinação de duas doses”. Uma porta-voz da agência confirmou que pessoas com apenas uma dose serão excluídas, independentemente de também terem se recuperado da Covid-19.

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Essa diferença pode prejudicar os planos de viagens na Europa, onde indivíduos que se recuperaram da Covid e receberam uma dose são considerados com imunização completa em alguns países, pelo menos por enquanto. Esse padrão também é um dos cenários elegíveis para o certificado digital Covid da UE, o passaporte de vacinas amplamente aceito do bloco.

Os EUA nunca consideraram a recuperação da Covid-19 em sua definição de imunização. Residentes dos EUA são obrigados a tomar duas doses ou o imunizante de dose única da Johnson & Johnson para serem considerados com esquema vacinal completo, independentemente de terem contraído o coronavírus.

O plano do governo Biden de barrar viajantes estrangeiros que se recuperaram, mas não receberam duas doses, independentemente de seu país de origem considerá-los vacinados, pode se tornar um novo ponto de tensão na relação entre o governo de Washington e a Europa - e com a França em especial.

As relações ficaram tensas no mês passado com o anúncio da Austrália de que abandonaria um acordo de compra de submarinos movidos a diesel franceses para adquirir modelos movidos a energia nuclear em uma parceria com os EUA e o Reino Unido.

Regras de vacinação

A definição de “imunização completa” varia entre os países. A França e a Noruega consideram alguém totalmente vacinado após se recuperar da Covid-19 e receber uma única dose de uma vacina de duas doses. Macron está entre os residentes do país que se enquadram nessa categoria.

Na Grécia, pessoas que recebem a primeira dose seis meses após a recuperação da Covid-19 são consideradas totalmente vacinadas. Na Áustria, indivíduos que se recuperaram da Covid e receberam uma injeção podem esperar um ano pela segunda dose e ainda serão considerados vacinados nesse prazo.

A política dos EUA acomoda alguns cenários que ainda não foram autorizados por reguladores no país. Por exemplo, estrangeiros que receberam duas doses de qualquer vacina autorizada pela Organização Mundial da Saúde, incluindo imunizantes que não foram liberados pela agência FDA, podem voar diretamente para os EUA a partir de 8 de novembro.

Isso inclui o imunizante da AstraZeneca, amplamente utilizado por vários países, mas ainda não autorizado nos EUA, e vacinas chinesas.

*Com a colaboração de Stephen Treloar, Boris Groendahl, Sotiris Nikas, Geraldine Amiel, Ania Nussbaum, Alessandro Speciale, Ott Ummelas, Antony Sguazzin, Muneeza Naqvi e Bhuma Shrivastava.

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