EUA: Trump anunciou na quinta (24) cancelamento da cúpula do dia 12 de junho e, em seguida, anunciou que negociações continuam (Timothy A. Clary/AFP/AFP)
EFE
Publicado em 25 de maio de 2018 às 16h04.
Washington - A porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Heather Nauert, diminuiu nesta sexta-feira a importância dos vaivéns ocorridos nas últimas horas sobre a possível cúpula com a Coreia do Norte e garantiu que as autoridades americanas "sempre" previram este tipo de "reviravolta" na organização do encontro.
"Sempre estivemos conscientes de que aconteceriam viradas e reviravoltas no caminho que leva ao encontro de 12 de junho. Nunca esperamos que fosse fácil, portanto nada disto nos pega de surpresa", declarou Nauert hoje na Base Naval de Annapolis, aonde esteve para presenciar a graduação do seu irmão, segundo explicou.
Estas declarações acontecem depois que, em pouco menos de 24 horas, o presidente Donald Trump primeiro anunciou o cancelamento do seu encontro com o líder norte-coreano Kim Jong-un, previsto para 12 de junho em Singapura, para em seguida afirmar hoje que ambos países estão trabalhando nos detalhes da reunião.
De acordo com Trump, o encontro poderia inclusive acontecer na data prevista, apesar de que ontem fontes da Casa Branca consideraram que essa opção quase já não era viável, devido à proximidade da data, e atribuíram a decisão do presidente às "promessas quebradas" do governo de Pyongyang.
"Antes não estávamos recebendo os sinais adequados, portanto esperamos fazê-lo no futuro. Mas não queríamos simplesmente comparecer ao encontro pelo mero fato de estar no encontro", destacou a porta-voz.
Nauert disse ainda que nesta manhã o secretário do Departamento de Defesa, Mike Pompeo, falou do tema com o assessor de segurança da Casa Branca, John Bolton.
Embora a funcionária não tenha entrado em detalhes, a importância desta conversa é evidente, já que Pompeo foi o encarregado de entabular relações diretas com Pyongyang, enquanto Bolton foi quem indignou o governo norte-coreano semanas atrás ao defender a adoção do "modelo sírio" de desnuclearização no país asiático.