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EUA, Rússia e Turquia discutem coordenação da guerra síria

O primeiro-ministro turco frisou que, na ausência de uma coordenação, "pode haver um risco de confronto indesejável"

Tanque: os três líderes militares devem se encontrar novamente na quarta-feira (Murad Sezer/Reuters)
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AFP

Publicado em 7 de março de 2017 às 13h28.

Os chefes do Estado-Maior turco, americano e russo discutiram nesta terça-feira na Turquia maneiras de melhorar sua coordenação na Síria , a fim de evitar confrontos entre as forças rivais que os seus países apoiam contra o grupo Estado Islâmico (EI).

Esta reunião trilateral excepcional ocorre enquanto Ancara opõe-se à participação nas operações militares de milícias curdas apoiadas por Washington, num momento em que o EI recua diante da coalizão anti-jihadista e das forças pró-russas.

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As tensões se cristalizam em torno da cidade síria de Minbej, de onde a Turquia quer expulsar as milícias curdas das YPG, mas nos arredores da qual os Estados Unidos implantaram militares e a Rússia enviou veículos blindados.

Os três líderes militares - o turco Hulusi Akar, o americano Joseph Dunford e o russo Valery Gerasimov - reuniram-se nesta terça-feira em Antalya (sul da Turquia), e devem se encontrar novamente na quarta-feira, segundo o primeiro-ministro turco, Binali Yildirim.

"Precisamos nos coordenar, porque há muitos países lá (na Síria) (...) E se não houver essa coordenação, pode haver um risco de confronto indesejável", afirmou Yildirim.

"Este é o objetivo desta reunião: evitar, durante a luta contra o terrorismo, que as diferentes partes interfiram nas operações alheias e assegurar que incidentes lamentáveis ​​não ocorram", acrescentou o chefe do governo turco.

O risco é real. Moscou apoia o presidente sírio Bashar al-Assad, que os rebeldes apoiados por Ancara querem derrubar, enquanto Washington defende os curdos, que são odiados pela Turquia. E todas essas partes combatem os extremistas islâmicos na Síria.

Prioridade ao EI

Esta reunião acontece três dias antes da viagem do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, à Rússia, onde se encontrará com o seu colega Vladimir Putin.

A Turquia lançou, no final de agosto, uma grande ofensiva no norte da Síria, expulsando o EI de várias cidades. Mas sua operação também visa as YPG, que considera uma extensão dos separatistas curdos turcos do PKK.

Ancara ameaçou em várias ocasiões lançar uma ofensiva contra Minbej, cidade controlada pelas Forças Democráticas Sírias (FDS), uma coalizão árabe-curda, que inclui as YPG, se os combatentes curdos não se retirarem da localidade.

Mas Washington implantou na segunda-feira soldados de maneira ostensível, para evitar confrontos entre as forças. "Queremos dissuadir as partes de atacar qualquer inimigo que não seja o grupo Estado Islâmico", disse o porta-voz do Pentágono, Jeff Davis.

Para Washington, as FDS representam as forças de combate mais eficazes para combater em terra o EI, enquanto é organizada uma grande ofensiva contra a "capital" do auto-proclamado califado do EI, Raqa.

As FDS, apoiadas pela coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, cortaram na segunda-feira a rota de abastecimento dos jihadistas entre Raqa e Deir Ezzor, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

A Turquia já indicou que não participará de uma ofensiva contra Raqa se as YPG estiverem associadas e propõe aos Estados Unidos disponibilizar um contingente de cerca de 10.000 rebeldes sírios árabes treinados por Ancara.

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