"Se a Coreia do Norte quer ajudar, deve admitir sua culpa e compensar a Sony pelos danos provocados", disse porta-voz do Conselho Nacional de Segurança dos EUA (Thomas Samson/AFP)
Da Redação
Publicado em 21 de dezembro de 2014 às 10h38.
O governo dos Estados Unidos rejeitou a proposta da Coreia do Norte de uma investigação conjunta sobre o ciberataque contra a Sony Pictures e pediu a ajuda da China para bloquear as ações virtuais de Pyongyang.
Washington responsabiliza Pyongyang pelo ataque cibernético sofrido pela Sony Pictures, que cancelou o lançamento do filme "A Entrevista", uma comédia sobre um plano da CIA para matar o líder norte-coreano Kim Jong-un.
A produção do filme, que estrearia em 25 de dezembro, provocou um grande mal-estar no isolado país comunista governado por Kim, terceiro membro da família a chegar ao poder.
A Coreia do Norte negou responsabilidade nos ataques cibernéticos, que incluíram a divulgação de centenas de e-mails internos, informações sobre salários, números da previdência social de funcionários da Sony e até roteiros em preparação.
Ao mesmo tempo, Pyongyang propôs aos Estados Unidos "uma investigação conjunta sobre o incidente" para enfrentar acusações que considera "sem fundamento e difamatórias".
Mas o porta-voz do Conselho Nacional de Segurança dos Estados Unidos, Mark Stroh, descartou a proposta. "Se a Coreia do Norte quer ajudar, deve admitir sua culpa e compensar a Sony pelos danos provocados pelo ataque", disse.
De acordo com analistas entrevistados pela AFP, a Sony pode perder até 500 milhões de dólares.
Os Estados Unidos pediram a ajuda da China para bloquear ciberataques norte-coreanos, informou no sábado um alto funcionário do governo americano.
"Falamos desse assunto com a China para compartilhar informações, expressar nossa preocupação com esse ataque e pedir sua cooperação", revelou esse funcionário consultado pela AFP.
Pyongyang fez a proposta de investigação conjunta a Washington no sábado, um dia depois do presidente americano, Barack Obama, ameaçar com represálias em resposta ao ataque.
Obama afirmou que Washington não vai ceder a "um ditador" e considerou que a Sony "cometeu um erro" ao cancelar a estreia.