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EUA, Reino Unido e França ressuscitam fantasma de 1968

Os embaixadores da França e do Reino Unido compararam a ação russa na Ucrânia com as invasões soviéticas da Hungria (1956) e Tchecoslováquia (1968)

Samantha Power: presença de tropas russas na Ucrânia é "a resposta a uma ameaça imaginária", afirmou a embaixadora americana na ONU (Shannon Stapleton/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 3 de março de 2014 às 19h45.

Nações Unidas - Estados Unidos, França e Reino Unido criticaram nesta segunda-feira duramente a Rússia no Conselho de Segurança da ONU por sua intervenção na Ucrânia, que disseram se basear em argumentos imaginários, e os dois últimos países inclusive chegaram a compará-la com as invasões soviéticas de 1956 e 1968 na Europa.

A presença de tropas russas na Ucrânia é "a resposta a uma ameaça imaginária", afirmou a embaixadora americana na ONU, Samantha Power, durante uma sessão de urgência do Conselho de Segurança.

Power insistiu que "não há provas" dos argumentos russos sobre a necessidade de defender a minoria de origem russa no leste da Ucrânia e que também não tem base legal a justificativa que o ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovich teria solicitado uma intervenção na Rússia.

Neste sentido, lembrou que apenas o Parlamento ucraniano tem a faculdade de autorizar a presença de tropas estrangeiras no território nacional.

Power insistiu que os Estados Unidos "estão dispostos" a trabalhar com a Rússia e o Conselho de Segurança para atender as preocupações de Moscou sobre a minoria de origem russa na Ucrânia.

"Não é uma missão de defesa dos direitos humanos e não é uma intervenção solicitada", afirmou.

Por isso, disse que a solução à crise "não é difícil", e passa pela retirada imediata das tropas russas e o envio rápido à Ucrânia de mediadores internacionais e observadores da situação dos direitos humanos.

Já os embaixadores da França e do Reino Unido compararam a ação russa na Ucrânia com as invasões soviéticas da Hungria (1956) e Tchecoslováquia (1968).


"Acabamos de ouvir a voz do passado", afirmou o representante francês, Gérard Araud, em referência às palavras de seu colega russo, Vitaly Churkin.

Araud lembrou que tinha 15 anos em 1968 durante a invasão da Tchecoslováquia e disse que os argumentos russos escutados hoje "são a mesma justificativa" de então.

Acrescentou que o fato que "ninguém pode questionar" é que "o exército russo ocupa a Crimeia, território ucraniano, contra a vontade do governo ucraniano e em violação da legalidade interna", enquanto "as povoações russas não estão ameaçadas", algo que "só é um pretexto".

Para Araud, a atitude russa significa que mantém o mesmo conceito que tinha em 1968 ao considerar que alguns países têm "soberania limitada" em relação a Moscou.

Por sua vez, o embaixador britânico, Mark Lyall Grant, considerou "claro" que os argumentos russos "foram simplesmente fabricados para justificar sua ocupação".

"Isto não é 1968 ou 1956, a era na qual um país podia suprimir a democratização de um vizinho", reforçou Lyall Grant, que lembrou que as bolsas russas sofreram hoje fortes perdas.

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Nações Unidas - Estados Unidos, França e Reino Unido criticaram nesta segunda-feira duramente a Rússia no Conselho de Segurança da ONU por sua intervenção na Ucrânia, que disseram se basear em argumentos imaginários, e os dois últimos países inclusive chegaram a compará-la com as invasões soviéticas de 1956 e 1968 na Europa.

A presença de tropas russas na Ucrânia é "a resposta a uma ameaça imaginária", afirmou a embaixadora americana na ONU, Samantha Power, durante uma sessão de urgência do Conselho de Segurança.

Power insistiu que "não há provas" dos argumentos russos sobre a necessidade de defender a minoria de origem russa no leste da Ucrânia e que também não tem base legal a justificativa que o ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovich teria solicitado uma intervenção na Rússia.

Neste sentido, lembrou que apenas o Parlamento ucraniano tem a faculdade de autorizar a presença de tropas estrangeiras no território nacional.

Power insistiu que os Estados Unidos "estão dispostos" a trabalhar com a Rússia e o Conselho de Segurança para atender as preocupações de Moscou sobre a minoria de origem russa na Ucrânia.

"Não é uma missão de defesa dos direitos humanos e não é uma intervenção solicitada", afirmou.

Por isso, disse que a solução à crise "não é difícil", e passa pela retirada imediata das tropas russas e o envio rápido à Ucrânia de mediadores internacionais e observadores da situação dos direitos humanos.

Já os embaixadores da França e do Reino Unido compararam a ação russa na Ucrânia com as invasões soviéticas da Hungria (1956) e Tchecoslováquia (1968).


"Acabamos de ouvir a voz do passado", afirmou o representante francês, Gérard Araud, em referência às palavras de seu colega russo, Vitaly Churkin.

Araud lembrou que tinha 15 anos em 1968 durante a invasão da Tchecoslováquia e disse que os argumentos russos escutados hoje "são a mesma justificativa" de então.

Acrescentou que o fato que "ninguém pode questionar" é que "o exército russo ocupa a Crimeia, território ucraniano, contra a vontade do governo ucraniano e em violação da legalidade interna", enquanto "as povoações russas não estão ameaçadas", algo que "só é um pretexto".

Para Araud, a atitude russa significa que mantém o mesmo conceito que tinha em 1968 ao considerar que alguns países têm "soberania limitada" em relação a Moscou.

Por sua vez, o embaixador britânico, Mark Lyall Grant, considerou "claro" que os argumentos russos "foram simplesmente fabricados para justificar sua ocupação".

"Isto não é 1968 ou 1956, a era na qual um país podia suprimir a democratização de um vizinho", reforçou Lyall Grant, que lembrou que as bolsas russas sofreram hoje fortes perdas.

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