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EUA querem unir o mundo no combate ao terrorismo

O presidente Barack Obama e John Kerry encerraram três dias de uma reunião "contra o extremismo violento" na presença de representantes de 60 países

Obama: para presidente, países devem se manter "firmes em sua luta contra as organizações terroristas" (Kevin Lamarque/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de fevereiro de 2015 às 19h51.

Os Estados Unidos expressaram, nesta quinta-feira, que pretendem unir a comunidade internacional no combate ao " terrorismo " jihadista, durante uma cúpula mundial em Washington, na qual se discutiu uma estratégica concreta para "uma nova guerra contra um novo inimigo".

O presidente Barack Obama e seu secretário de Estado, John Kerry, encerraram três dias de uma reunião "contra o extremismo violento" na presença de representantes de 60 países, entre eles o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e os ministros do Interior francês e britânico, Bernard Cazeneuve e Theresa May, respectivamente.

A reunião vinha sendo preparada há meses, mas ganhou relevância após os recentes atentados em Paris e Copenhague e em plena campanha internacional contra o grupo Estado Islâmico (EI) no Iraque e na Síria.

"Estamos aqui hoje, porque estamos unidos contra o aumento do extremismo violento e contra o terrorismo", disse Obama na cúpula.

Os países devem se manter "firmes em sua luta contra as organizações terroristas", frisou Obama, prometendo trabalhar com países instáveis, como Iêmen e Somália, para ajudá-los a "evitar que haja espaços ingovernáveis, onde os terroristas possam encontrar refúgios seguros".

Obama advertiu que essa luta "não é uma questão de ser judeu, cristão, ou muçulmano: todos estamos no mesmo barco e devemos nos ajudar uns aos outros para sair dessa crise".

O presidente americano, assim como outros membros de seu governo, cercou-se de cuidado para falar de radicalismo islâmico, uma precaução na linguagem reprovada por seus opositores do Partido Republicano.

No encontro, Obama defendeu ainda que "a noção de que o Ocidente está em guerra contra o Islã é uma mentira horrível, e todos nós, sem importar nossa fé, temos a responsabilidade de repudiá-la".

Nova guerra, novo inimigo

"Ao longo de toda nossa história, enfrentamos ameaças de agressão, de genocídio, de caos e ditaduras. Hoje nos pedem para empreender uma nova guerra contra um novo inimigo", declarou Kerry em uma coluna de opinião no jornal "The Wall Street Journal", na qual não mencionou o Estado Islâmico, nem fez referência ao "extremismo islamita".

"A ascensão do extremismo violento representa o primeiro desafio para a juventude do século XXI", insistiu o secretário de Estado, para quem a luta contra as organizações radicais armadas constitui "o combate fundamental da nossa geração".

Analistas sustentam que cerca de 20 mil combatentes estrangeiros se somaram nos últimos anos aos extremistas na Síria e no Iraque. Pelo quatro mil eram provenientes da Europa Ocidental.

"Não tem precedentes", advertiu Kerry, destacando que a cifra equivalia ao número de jihadistas que tinham ido "combater no Afeganistão nos anos 1980 (...) ao longo de uma década".

Ban Ki-moon alertou que "o surgimento de uma nova geração de grupos terroristas como Daesh (acrônimo do EI em árabe) e (o grupo islamita nigeriano) Boko Haram representa uma grave ameaça para a paz e a segurança mundial".

"Temos de nos reunir para nos interrogarmos sobre nossa estratégia", disse o secretário de Estado americano, ao abrir os debates desta quinta-feira.

Seis meses depois da criação de uma coalizão internacional de cerca de 60 países contra o Estado Islâmico - que essencialmente realiza bombardeios aéreos contra posições do EI na Síria e no Iraque -, "a cúpula deverá ampliar o diálogo internacional e (...) adotar um programa de ação contra o extremismo violento", afirmou Kerry.

"Apenas a força militar não garante a vitória", advertiu esse grande cético do intervencionismo militar a qualquer preço.

"Em longo prazo, essa guerra não será vencida, se não recorrermos a um arsenal mais amplo e criativo", alegou Kerry.

O tema da primeira sessão reflete e decorre do aumento na adesão de tantos jovens à Al Qaeda e ao EI, explicou o secretário de Estado americano, "porque não se pode derrotar aquilo que não se compreende".

Nada garante, no entanto, que a comunidade internacional reunida em Washington vá conseguir elaborar nesta quinta-feira o "plano de ação" concreto que os Estados Unidos querem.

Ban, que denunciou a "estratégia deliberada de choque e terror" empreendida pelo EI, com seus vídeos de decapitações de reféns, comprometeu-se a convocar nos próximos meses uma cúpula mundial de líderes religiosos para "enviar uma forte mensagem de solidariedade e tolerância".

"O século XX se definiu pela luta contra a grande depressão econômica, a escravidão, o fascismo e o totalitarismo. Agora é nossa vez", concluiu Kerry, que prometeu que o combate contra o extremismo violento dominará a próxima Assembleia-Geral da ONU em setembro.

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O presidente Barack Obama e seu secretário de Estado, John Kerry, encerraram três dias de uma reunião "contra o extremismo violento" na presença de representantes de 60 países, entre eles o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e os ministros do Interior francês e britânico, Bernard Cazeneuve e Theresa May, respectivamente.

A reunião vinha sendo preparada há meses, mas ganhou relevância após os recentes atentados em Paris e Copenhague e em plena campanha internacional contra o grupo Estado Islâmico (EI) no Iraque e na Síria.

"Estamos aqui hoje, porque estamos unidos contra o aumento do extremismo violento e contra o terrorismo", disse Obama na cúpula.

Os países devem se manter "firmes em sua luta contra as organizações terroristas", frisou Obama, prometendo trabalhar com países instáveis, como Iêmen e Somália, para ajudá-los a "evitar que haja espaços ingovernáveis, onde os terroristas possam encontrar refúgios seguros".

Obama advertiu que essa luta "não é uma questão de ser judeu, cristão, ou muçulmano: todos estamos no mesmo barco e devemos nos ajudar uns aos outros para sair dessa crise".

O presidente americano, assim como outros membros de seu governo, cercou-se de cuidado para falar de radicalismo islâmico, uma precaução na linguagem reprovada por seus opositores do Partido Republicano.

No encontro, Obama defendeu ainda que "a noção de que o Ocidente está em guerra contra o Islã é uma mentira horrível, e todos nós, sem importar nossa fé, temos a responsabilidade de repudiá-la".

Nova guerra, novo inimigo

"Ao longo de toda nossa história, enfrentamos ameaças de agressão, de genocídio, de caos e ditaduras. Hoje nos pedem para empreender uma nova guerra contra um novo inimigo", declarou Kerry em uma coluna de opinião no jornal "The Wall Street Journal", na qual não mencionou o Estado Islâmico, nem fez referência ao "extremismo islamita".

"A ascensão do extremismo violento representa o primeiro desafio para a juventude do século XXI", insistiu o secretário de Estado, para quem a luta contra as organizações radicais armadas constitui "o combate fundamental da nossa geração".

Analistas sustentam que cerca de 20 mil combatentes estrangeiros se somaram nos últimos anos aos extremistas na Síria e no Iraque. Pelo quatro mil eram provenientes da Europa Ocidental.

"Não tem precedentes", advertiu Kerry, destacando que a cifra equivalia ao número de jihadistas que tinham ido "combater no Afeganistão nos anos 1980 (...) ao longo de uma década".

Ban Ki-moon alertou que "o surgimento de uma nova geração de grupos terroristas como Daesh (acrônimo do EI em árabe) e (o grupo islamita nigeriano) Boko Haram representa uma grave ameaça para a paz e a segurança mundial".

"Temos de nos reunir para nos interrogarmos sobre nossa estratégia", disse o secretário de Estado americano, ao abrir os debates desta quinta-feira.

Seis meses depois da criação de uma coalizão internacional de cerca de 60 países contra o Estado Islâmico - que essencialmente realiza bombardeios aéreos contra posições do EI na Síria e no Iraque -, "a cúpula deverá ampliar o diálogo internacional e (...) adotar um programa de ação contra o extremismo violento", afirmou Kerry.

"Apenas a força militar não garante a vitória", advertiu esse grande cético do intervencionismo militar a qualquer preço.

"Em longo prazo, essa guerra não será vencida, se não recorrermos a um arsenal mais amplo e criativo", alegou Kerry.

O tema da primeira sessão reflete e decorre do aumento na adesão de tantos jovens à Al Qaeda e ao EI, explicou o secretário de Estado americano, "porque não se pode derrotar aquilo que não se compreende".

Nada garante, no entanto, que a comunidade internacional reunida em Washington vá conseguir elaborar nesta quinta-feira o "plano de ação" concreto que os Estados Unidos querem.

Ban, que denunciou a "estratégia deliberada de choque e terror" empreendida pelo EI, com seus vídeos de decapitações de reféns, comprometeu-se a convocar nos próximos meses uma cúpula mundial de líderes religiosos para "enviar uma forte mensagem de solidariedade e tolerância".

"O século XX se definiu pela luta contra a grande depressão econômica, a escravidão, o fascismo e o totalitarismo. Agora é nossa vez", concluiu Kerry, que prometeu que o combate contra o extremismo violento dominará a próxima Assembleia-Geral da ONU em setembro.

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