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EUA propõem mais vigilância mútua para evitar ´guerra cambial´

Os Estados Unidos sugeriram que o FMI assuma a responsabilidade de vigiar o mercado cambial.

O secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, na reunião do Comitê Monetário e Financeiro do Fundo (.)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.

Washington - Uma declaração conjunta sobre a necessidade de evitar uma "guerra cambial", como cunhou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, começava a ser elaborada neste sábado, na reunião semestral do Fundo Monetário Internacional (FMI), na qual países desenvolvidos e emergentes discutem seus respectivos papéis no organismo.

Seguindo a pauta proposta pelo diretor geral do FMI Dominique Strauss-Kahn, os Estados Unidos sugeriram que o Fundo assuma a responsabilidade de vigiar cuidadosamente o mercado cambial.

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"O FMI deve fortalecer sua vigilância das políticas cambiais e acumulação de reservas", defendeu o secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, na reunião do Comitê Monetário e Financeiro do Fundo.

"É responsabilidade dos países tomar medidas, mas o FMI deve apontar as metas e apoiar a coordenação das ações. Uma reforma significativa dos procedimentos de controle é um desafio central da instituição", disse Geithner.

Strauss-Kahn havia sugerido que o FMI reforçasse seu papel neste sentido, com um contato mais estreito entre os principais emissores de divisas.

Mantega, que causou furor ao referir-se a uma "guerra cambial", duas semanas atrás, exigiu por sua vez que os países avançados continuem implementando políticas de estímulo econômico.

Durante anos, a polêmica sobre as moedas se concentrou na desvalorização forçada do iuane chinês, cuja cotação é controlada por Pequim.

O diretor do Banco Central chinês, Zhou Xiaochuan, voltou a rejeitar uma rápida apreciação da moeda nacional, alegando que este deve ser um movimento gradual para não desequilibrar o mercado interno.

O crescimento mundial, no entanto, tem sido compartilhado por um número cada vez maior de países emergentes, e as tensões aumentaram com a crise que abalou principalmente os países desenvolvidos em 2008 e 2009.

 <hr>                                   <p class="pagina">O Brasil, por exemplo, assistiu a uma valorização de 35% do real desde 2009 em relação ao dólar. O bom comportamento econômico do país tem atraído um grande fluxo de investimento externo, e o governo tenta controlar os efeitos deste movimento sobre a moeda.<br><br>Para Brasília, os países desenvolvidos deveriam fazer mais em seus mercados internos - mas tanto europeus quanto americanos, com pouca ou nenhuma margem de manobra orçamentária, estão pouco dispostos a ouvir este discurso.<br><br>Os Estados Unidos "cumpriu sua tarefa" ao promover medidas de austeridade internas, limitou-se a dizer Geithner.<br><br>Diante da falta de acordo, o comunicado do Comitê Monetário e Financeiro parece destinado a refletir a preocupação de todos os países, nada mais.<br><br>Os desequilíbrios monetários "não vão ser resolvidos em cinco minutos", afirmou Strauss-Kahn.<br><br>Além disso, o FMI milita em outro front: o da redistribuição de cotas internas e de assentos em seu conselho administrativo.<br><br>Os europeus tentam adiar ao máximo a dolorosa decisão de ceder até dois dos nove lugares que ocupam no conselho, que tem 24 vagas.<br><br>"Provavelmente necessitamos de mais tempo", reconheceu o ministro adjunto das Finanças alemão, Jorg Asmussen.<br><br>Na semana passada, o ministro dos Serviços Secretos iranianos Heydar Moslehi anunciara que o Irã havia detido vários espiões nucleares, sem dar mais detalhes.</p> 

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