Armas químico: os EUA e outros países pedem que a ONU investigue o uso de armas químicas na Síria desde novembro (Ammar Abdullah/Reuters)
EFE
Publicado em 9 de abril de 2018 às 13h57.
Última atualização em 9 de abril de 2018 às 14h05.
Nações Unidas - Os Estados Unidos propuseram nesta segunda-feira uma resolução ao Conselho de Segurança da ONU para iniciar um novo mecanismo internacional que responsabilize os culpados pelo suposto uso de armas químicas na Síria.
Essa movimentação ocorre depois do ataque químico supostamente cometido no último sábado na cidade síria de Duma e pouco antes da reunião de emergência do Conselho de Segurança para analisar o assunto.
Os EUA e outros países têm insistido na necessidade de estabelecer uma investigação deste tipo desde novembro do ano passado, quando a Rússia vetou a continuidade do mecanismo conjunto da ONU e da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) que tinha a mesma incumbência.
A Rússia argumentava que esse mecanismo, que considerou o regime sírio responsável por ataques químicos, era parcial e não tinha credibilidade.
A nova minuta americana condena o suposto ataque de Duma e sugere o estabelecimento de outro grupo de especialistas internacionais com uma incumbência similar à do JIM, sigla pela qual era conhecido esse mecanismo conjunto.
O novo Mecanismo de Investigação Independente das Nações Unidas (UNIMI) teria um mandato de um ano com possibilidade de extensão, segundo a proposta.
O texto pede para que o secretário-geral da ONU, António Guterres, apresente em um prazo de 30 dias recomendações ao Conselho para o estabelecimento de um mecanismo baseado nos princípios de "imparcialidade, independência e profissionalismo".
O objetivo do grupo de especialistas seria "identificar o máximo possível indivíduos, entidades, grupos ou governos que tenham sido responsáveis, organizadores, patrocinadores ou que tenham se envolvido no uso de armas químicas, incluindo cloro ou qualquer outro químico tóxico, na Síria".
A minuta pede a todas as partes plena cooperação com este mecanismo e, entre outras coisas, exige que a Síria forneça informação sobre as suas operações militares, incluindo históricos de voos e nomes dos comandantes dos seus esquadrões de helicópteros e aviões.
Para seguir em frente, a resolução necessita o sinal verde da Rússia, o principal aliado de Damasco no Conselho, pois Moscou dispõe de direito de veto.
O Conselho de Segurança deve analisar a situação na Síria em reunião a partir das 16h (horário de Brasília) desta segunda-feira em Nova York.