EUA pedem para Brasil romper com a Coreia do Norte
Pence disse que a "pressão econômica e diplomática" teve resultados que levam a pensar em uma possível solução para o programa nuclear norte-coreano
Reuters
Publicado em 16 de agosto de 2017 às 18h05.
Última atualização em 17 de agosto de 2017 às 12h03.
Santiago - O vice-presidente dos Estados Unidos , Mike Pence, pediu nesta quarta-feira para Brasil, Peru, Chile e México romperem laços com a Coreia do Norte , acrescentando que "todas as opções" estão na mesa com relação ao Estado asiático.
"Os EUA colocam grande importância no atual isolamento diplomático do regime Kim e nós pedimos fortemente ao Chile hoje, e pedimos a Brasil, México e Peru para romperem todos os laços diplomáticos e comerciais com a Coreia do Norte", disse Pence durante visita ao Chile em entrevista coletiva conjunta com a presidente chilena, Michelle Bachelet.
O presidente dos EUA, Donald Trump, alertou à Coreia do Norte na semana passada que o país irá enfrentar "fogo e fúria" caso ameace os Estados Unidos, fazendo com que a Coreia do Norte dissesse estar considerando planos de disparar mísseis em direção à ilha de Guam, no Pacífico.
O líder norte-coreano, Kim Jong Un, posteriormente adiou a decisão de disparar os mísseis, uma ação que Trump elogiou nesta quarta-feira.
O comércio entre países latino-americanos e a Coreia do Norte não é significativo.
O Brasil, maior economia da região, teve somente 2,1 milhões de dólares em exportações - principalmente de café, carne, tabaco e couro - e 8,7 milhões de dólares em importações da Coreia do Norte em 2016, de acordo com dados oficiais.
A Coreia do Norte possui uma embaixada em Brasília e o Brasil abriu uma embaixada em Pyongyang em 2009.
"O Brasil segue as decisões de organizações multilaterais", disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores quando questionado se Brasília irá romper laços comerciais e diplomáticos.
O Peru não foi diretamente solicitado pelos Estados Unidos a romper laços com a Coreia do Norte e atualmente não está planejando qualquer ação, disse uma fonte do governo.
Lima, que condenou testes de mísseis da Coreia do Norte no passado, pediu para o país reduzir seus funcionários da embaixada há dois meses por conta de uma questão não relacionada, disse a fonte.
O Chile possui um acordo conjunto de relações diplomáticas com a Coreia do Norte e a China, mas não apresentou credenciais diplomáticas por quatro anos, de acordo com Pence.
"Eu pedi a Bachelet hoje para romper este relacionamento", disse Pence.
Pence disse que dará "boas-vindas especiais" à reclassificação do Chile das exportações de vinho como um bem de luxo, o que colocará o item sob as sanções da Organização das Nações Unidas contra o isolado país. O Chile é o maior exportador mundial de vinhos fora da Europa.
A Argentina, terceira economia da América Latina, disse não ter relações diplomáticas com a Coreia do Norte.
Os governos de esquerda de Cuba e Venezuela, no entanto, seguem basicamente em silêncio sobre o atual impasse, embora o embaixador norte-coreano na Venezuela tenha dito recentemente que os dois países estavam interessados em impulsionar relações.