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EUA não vão pedir desculpas por operação contra Bin Laden

Governo americano disse entender as críticas do Paquistão, mas considera que tinha direito de fazer o ataque

Jay Carner, porta-voz da Casa Branca: sem desculpas para o Paquistão (Jewel Samad/AFP)

Jay Carner, porta-voz da Casa Branca: sem desculpas para o Paquistão (Jewel Samad/AFP)

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Da Redação

Publicado em 9 de maio de 2011 às 18h21.

Washington - Os Estados Unidos recusaram-se nesta segunda-feira a pedir desculpas pela operação que abateu Osama Bin Laden no Paquistão, após Islamabab afirmar que haverá retaliações caso a violação de sua soberania territorial se repita.

Em meio a uma profunda crise entre os dois parceiros, Washington pressionou para ter acesso às três viúvas do líder da Al-Qaeda, que acredita que possam ter informações valiosas sobre os movimentos de Bin Laden ou do grupo terrorista.

Em mais um sinal da tensão referente ao ataque secreto realizado na semana passada em Abbottabad, o jornal New York Times afirmou, por sua vez, que as autoridades paquistanesas retaliaram ao divulgar para a imprensa o nome do chefe da CIA em Islamabad.

O primeiro-ministro do Paquistão, Yousuf Raza Gilani, sob intensa pressão doméstica devido à falha de seu país em detectar a invasão de forças especiais americanas, acusou os EUA de "unilateralismo" e advertiu contra qualquer ação futura.

Ele também insistiu que o Paquistão se reserva o direito de "retaliar com força total", embora não tenha explicitado o que será feito se o presidente americano, Barack Obama, ordenar outro ataque contraterrorista de forma unilateral.

Mas, na Casa Branca, o porta-voz Jay Carney disse que Obama estava convencido de que tinha feito a coisa certa pelo envio de forças especiais na calada da noite em um ataque em que Bin Laden foi morto em seu esconderijo paquistanês.

"Obviamente levamos as declarações e as preocupações do governo paquistanês a sério, mas também não pedimos desculpas pela ação que nós tomamos, que o presidente tomou", disse Carney.

"Em sua mente não havia sombra de dúvida de que ele tinha o direito e o dever de fazer isso", disse Carney, alertando que Obama se reserva o direito de agir novamente contra líderes terroristas no Paquistão, se necessário.

Mas, a relação dos EUA com o Paquistão - que tem gozado de centenas de milhões de dólares de ajuda americana - afundando na crise, Carney ressaltou que os laços com Islamabad foram "muito importantes" para Washington.

"Nossa necessidade de cooperação continua sendo muito importante", disse Carney, acrescentando que Washington está conduzindo uma investigação completa utilizando os documentos apreendidos na casa de Bin Laden para avaliar o sistema de apoio da Al-Qaeda no Paquistão.

Carney repetiu a afirmação feita por seus superiores de que até agora não há razão para suspeitar de que altos funcionários do governo paquistanês sabiam que Bin Laden estava escondido na cidade, possivelmente por anos.

No Departamento de Estado, o porta-voz Mark Toner afirmou que a cooperação entre o Paquistão e Washington trouxe "resultados tangíveis" por uma década, mas admitiu que os dois lados não se veem sempre "olho-no-olho".

O Times afirma que pela segunda vez em cinco meses as autoridades do Paquistão divulgaram o nome do chefe da CIA em Islamabad, insinuando uma azedamento das relações entre espiões americanos e o Serviço de Inteligência do Paquistão (ISI).

Mas uma autoridade dos EUA afirmou que a Agência Central de Inteligência (CIA) não tem planos de retirar o seu principal espião de Islamabad após seu nome ser supostamente divulgado em um jornal paquistanês.

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