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EUA não têm poder de mudar nossa política soberana, diz Rússia

O porta-voz do governo russo afirmou que o país não conta com alavancas para obrigar os americanos a renunciar às suas políticas

EUA-Rússia:"As sanções (à Rússia) não mudaram nada", afirmou o porta-voz russo (Leonhard Foeger/Reuters)

EUA-Rússia:"As sanções (à Rússia) não mudaram nada", afirmou o porta-voz russo (Leonhard Foeger/Reuters)

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EFE

Publicado em 15 de janeiro de 2019 às 12h28.

Moscou - Os Estados Unidos são incapazes de mudar a política soberana da Rússia apesar de todo poderio econômico, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, em entrevista publicada nesta terça-feira pela revista russa "Argumenty i Fakti".

"Embora seja a economia maior do mundo, os EUA não têm instrumentos que possam obrigar a Rússia a renunciar à sua política soberana", disse Peskov.

O porta-voz acrescentou que "nem sequer utilizando um arsenal de todos os tipos de restrições possíveis, os americanos conseguiram esse objetivo".

"As sanções (à Rússia) não mudaram nada", enfatizou o porta-voz da Presidência russa, que acrescentou que também a Rússia não conta com alavancas para obrigar os americanos a renunciar às suas políticas.

Além disso, Peskov tachou de "conspiração" as versões que circulam nos Estados Unido sobre a existência de um pacto entre os presidentes Donald Trump e Vladimir Putin e que em breve serão suspensas as sanções à Rússia.

"Os Estados Unidos estão vivendo uma situação nova: a sociedade e o Governo estão divididos e resultado disso são as complexas condições nas quais Trump tem que trabalhar", disse o porta-voz, que apontou que as sanções "não são um jogo".

Peskov indicou, além disso, que o novo agravamento das relações entre a Rússia e a Ucrânia obedece à campanha para a reeleição do presidente ucraniano, Petro Poroshenko, que está atrás da ex-primeira-ministra Yulia Timoshenko nas pesquisas de intenções de voto para o pleito de março.

"Para isso (Poroshenko), necessita de distintas estratégias, como a provocação no Estreito de Kerch", indicou, em alusão ao incidente naval em novembro do ano passado que terminou com a captura de três navios ucranianos e a detenção de seus 24 tripulantes.

O porta-voz se mostrou pessimista sobre a perspectiva de um acordo para acabar com o conflito no leste da Ucrânia.

"Para avançar é necessário que a Ucrânia compreenda as consequências de sua guerra civil, que revise sua política de exclusão das duas maiores regiões do país (Donetsk e Lugansk) e só então, pelo visto, Kiev começará a cumprir com os acordos de Minsk (para acabar com o conflito)", explicou.

Na sua opinião, o desenvolvimento da situação no leste da Ucrânia "depende de Kiev, já que controla o poder o partido da guerra não haverá possibilidades de pôr fim ao conflito".

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