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EUA iniciam retirada do Afeganistão: Obama fará discurso à nação

Discurso às 21 horas de Brasília irá esclarecer a extensão da retirada dos soldados americanos do Afeganistão

Obama prometeu que a partir de julho de 2011, "nossos soldados começariam a voltar para casa". (Jim Watson/AFP)

Obama prometeu que a partir de julho de 2011, "nossos soldados começariam a voltar para casa". (Jim Watson/AFP)

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Da Redação

Publicado em 21 de junho de 2011 às 19h52.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciará nesta quarta-feira, às 20H00, hora local (21H00 de Brasília), a decisão sobre a extensão da retirada de soldados americanos do Afeganistão, e seu início, provavelmente a partir do mês que vem, declarou nesta terça-feira seu porta-voz, Jay Carney.

"O presidente se dirigirá à nação, da Casa Branca, para apresentar seu plano, que aplica a estratégia, revelada em dezembro de 2009, de retirar soldados do Afeganistão", precisou Carney num breve comunicado.

Ao anunciar, em dezembro de 2009, o envio de 30.000 soldados suplementares para lutar contra os talibãs, elevando o total a cerca de 100.000, Obama prometeu que a partir de julho de 2011, "nossos soldados começariam a voltar para casa".

Mas a Casa Branca mostrou-se vaga em relação à extensão e à rapidez da retirada, insistindo em que seria levada em conta "a situação em campo".

Citando uma "fonte" não identificada, o canal CNN afirmou que Obama ordenaria a retirada de 30.000 soldados até o final de 2012. O presidente, candidato à reeleição, estaria, então, no final de seu primeiro mandato.

Uma outra fonte, que pediu para não ter o nome divulgado, afirmou que 10.000 soldados dos Estados Unidos serão retirados "provavelmente", em duas etapas, antes do final do ano.

Segundo o Pentágono, 99.000 soldados americanos e 47.000 outros militares fornecidos por aliados de Washington, como parte da coalizão internacional, estão atualmente mobilizados no Afeganistão.


Obama reúne-se regularmente com sua equipe de segurança nacional, e recebeu na quarta-feira passada, na Casa Branca, seu comandante militar no terreno, o general David Petraeus.

A decisão de Obama, seja ela qual for, deverá tentar resolver uma equação complexa: não comprometer os progressos "frágeis e precários" registrados no terreno, mas também levar em consideração a opinião pública americana.

Obama deverá tentar fazer passar a mensagem que a guerra, desencadeada no rastro dos acontecimentos de 11 de setembro de 2001, não será eterna. A reunião de cúpula da Otan em Lisboa, no final de 2010, estabelecia o princípio de uma transferência de responsabilidades no setor de segurança às forças afegãs, em 2014.

Os efetivos do exército americano no Afeganistão quase triplicaram desde a chegada de Obama ao poder, em janeiro de 2009. O presidente insistiu na necessidade de impedir a Al-Qaeda de se reerguer no país e atacar novamente o território americano.

Mais e mais, no entanto, as vozes se elevam no Congresso dos Estados Unidos para pedir o fim das operações no país, com um custo avaliado em cerca de 10 bilhões de dólares por mês, em particular desde a morte do líder da Al-Qaeda, Osama Bin Laden, durante um ataque americano no dia 2 de maio no Paquistão vizinho.

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