EUA espionavam embaixadas francesas, diz jornal
Serviços secretos dos EUA espionavam as embaixadas francesas tanto em Washington como em Nova York, informou o jornal "Le Monde"
Da Redação
Publicado em 22 de outubro de 2013 às 08h30.
Paris - Os serviços secretos dos Estados Unidos não só interceptaram três milhões de chamadas na França, mas também espionavam as embaixadas francesas tanto em Washington como em Nova York, informou nesta terça-feira o jornal "Le Monde".
Para sustentar tal acusação, o jornal francês apresentou documentos da Agência Nacional de Segurança ( NSA ) dos EUA que detalham os métodos e os dispositivos eletrônicos usados para vigiar as legações diplomáticas francesas no país.
Um deles, datado em 10 de setembro de 2010 e qualificado de secreto pela NSA, inclui códigos, siglas e põe em evidência o funcionamento do programa GENIE, referente à implantação de dispositivos de escuta nos computadores à distância.
De acordo com o "Le Monde", esse mesmo documento menciona a vigilância da embaixada francesa em Washington, identificada com o código de "Wabash", e a representação francesa perante a ONU em Nova York, com o de "Blackfoot".
Neste aspecto, os serviços secretos dos EUA trabalham com diferentes técnicas de recopilação de informação: "Highlands", para invasão de computadores à distância, e "Vagrant", usado para captar os conteúdos das telas.
Em outro documento, este de agosto de 2010 e procedente da direção de informação eletrônica da NSA, fica evidente como as informações das chancelarias estrangeiras, em particular a da França, tiveram um importante papel na votação de uma resolução no Conselho de Segurança da ONU que impunha mais sanções ao Irã por seu programa nuclear.
De acordo com a análise da agência, essa operação teria sido um "êxito silencioso que ajudou a desenhar a política externa dos Estados Unidos". Na ocasião, a então embaixadora dos EUA perante Nações Unidas, Susan Rice, afirmou que "isso (lhe) ajudou a revelar as posições sobre as sanções e permitiu conservar um avanço nas negociações".
Com base nos dossiês revelados pelo ex-agente da NSA Edward Snowden, o jornal "Le Monde" revelou o caráter "em massa" da espionagem americana sobre as comunicações emitidas na França e, para ilustrá-la, assinalou que em somente 30 dias - entre finais de 2012 e início de 2013 - 70,3 milhões arquivos foram interceptados.
Os novos conteúdos sobre o alcance da espionagem americana em direção à França desencadearam uma série de declarações de denúncia por parte das autoridades francesas, incluindo o presidente François Hollande, que pediu explicações ao presidente americano, Barack Obama.
Hollande manifestou a Obama "sua profunda reprovação em direção a essas práticas inaceitáveis entre aliados e amigos", já que, segundo ele, elas "atentam contra a vida privada dos cidadãos franceses".
Nesta manhã, em Paris, a questão da espionagem americana voltou a ser abordada entre os chefes da diplomacia da França, Laurent Fabius, e dos Estados Unidos, John Kerry.
Paris - Os serviços secretos dos Estados Unidos não só interceptaram três milhões de chamadas na França, mas também espionavam as embaixadas francesas tanto em Washington como em Nova York, informou nesta terça-feira o jornal "Le Monde".
Para sustentar tal acusação, o jornal francês apresentou documentos da Agência Nacional de Segurança ( NSA ) dos EUA que detalham os métodos e os dispositivos eletrônicos usados para vigiar as legações diplomáticas francesas no país.
Um deles, datado em 10 de setembro de 2010 e qualificado de secreto pela NSA, inclui códigos, siglas e põe em evidência o funcionamento do programa GENIE, referente à implantação de dispositivos de escuta nos computadores à distância.
De acordo com o "Le Monde", esse mesmo documento menciona a vigilância da embaixada francesa em Washington, identificada com o código de "Wabash", e a representação francesa perante a ONU em Nova York, com o de "Blackfoot".
Neste aspecto, os serviços secretos dos EUA trabalham com diferentes técnicas de recopilação de informação: "Highlands", para invasão de computadores à distância, e "Vagrant", usado para captar os conteúdos das telas.
Em outro documento, este de agosto de 2010 e procedente da direção de informação eletrônica da NSA, fica evidente como as informações das chancelarias estrangeiras, em particular a da França, tiveram um importante papel na votação de uma resolução no Conselho de Segurança da ONU que impunha mais sanções ao Irã por seu programa nuclear.
De acordo com a análise da agência, essa operação teria sido um "êxito silencioso que ajudou a desenhar a política externa dos Estados Unidos". Na ocasião, a então embaixadora dos EUA perante Nações Unidas, Susan Rice, afirmou que "isso (lhe) ajudou a revelar as posições sobre as sanções e permitiu conservar um avanço nas negociações".
Com base nos dossiês revelados pelo ex-agente da NSA Edward Snowden, o jornal "Le Monde" revelou o caráter "em massa" da espionagem americana sobre as comunicações emitidas na França e, para ilustrá-la, assinalou que em somente 30 dias - entre finais de 2012 e início de 2013 - 70,3 milhões arquivos foram interceptados.
Os novos conteúdos sobre o alcance da espionagem americana em direção à França desencadearam uma série de declarações de denúncia por parte das autoridades francesas, incluindo o presidente François Hollande, que pediu explicações ao presidente americano, Barack Obama.
Hollande manifestou a Obama "sua profunda reprovação em direção a essas práticas inaceitáveis entre aliados e amigos", já que, segundo ele, elas "atentam contra a vida privada dos cidadãos franceses".
Nesta manhã, em Paris, a questão da espionagem americana voltou a ser abordada entre os chefes da diplomacia da França, Laurent Fabius, e dos Estados Unidos, John Kerry.