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EUA elogiam sua ação climática, mas UE pede mais empenho

País estaria reduzindo emissões de gases do efeito estufa por conta de regras para veículos e energia renovável


	Nos Estados Unidos, 17,3 toneladas de gases do efeito estufa são emitidos por pessoa por ano
 (Getty Images)

Nos Estados Unidos, 17,3 toneladas de gases do efeito estufa são emitidos por pessoa por ano (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2012 às 21h37.

Doha - Os Estados Unidos disseram nesta segunda-feira que estão avançando rumo ao cumprimento da sua meta de redução de emissões de gases do efeito estufa até 2020, um plano que muitos cientistas consideram insuficiente para evitar os piores danos do aquecimento global.

O negociador climático norte-americano, Todd Stern, defendeu a atuação ambiental do governo de Barack Obama, depois das novas críticas feitas pela União Europeia e por outras delegações participantes da conferência climática da Organização das Nações Unidas (ONU) em Doha.

Ele disse que o governo democrata está obtendo progressos, apesar da oposição do Partido Republicano, e citou um estudo sugerindo que as emissões estão diminuindo, em grande parte graças à adoção de regras mais rígidas para as emissões dos veículos e ao uso da energia renovável.

"Há mais que pode ser feito, mas já houve muita coisa", disse Stern a jornalistas durante a conferência, onde cerca de 200 nações discutem a prorrogação do atual tratado climático global.

"Estamos fazendo um bom progresso, e acho que estamos nos trilhos", disse ele sobre o plano de Obama de reduzir as emissões dos Estados Unidos em pelo menos 17 por cento até 2020, em relação aos níveis de 2005. A oposição republicana impediu a ratificação da proposta pelo Senado em 2009.


A meta adotada pelo governo Obama equivale a um corte de 3 a 4 por cento nas emissões em relação aos níveis de 1990.

Um estudo lançado em 2007 por cientistas da ONU indicava que os países ricos precisariam reduzir suas emissões em 25 a 40 por cento até 2020, em relação aos níveis de 1990, para evitar as consequências mais dramáticas do aquecimento global, como secas, inundações, ondas de calor e elevação do nível dos mares. Quase nenhum país adotou metas tão ambiciosas.

A crise econômica norte-americana e a troca do carvão pelo gás natural na matriz energética também contribuem para que o país se aproxime da meta. Mas alguns estudos indicam que os norte-americanos estão bem atrás do que seria necessário.

Também presente em Doha, a comissária europeia para questões climáticas, Connie Hedegaard, disse que o principal foco na conferência é sobre um pequeno grupo de nações, encabeçado pela União Europeia e a Austrália, que pretende prorrogar a vigência do Protocolo de Kyoto, atual tratado climático global, que expira no fim deste ano.

Mas essas nações respondem por menos de 15 por cento das emissões globais de gases do efeito estufa.

O Protocolo de Kyoto foi sucessivamente enfraquecido pela retirada da Rússia, Japão e Canadá, que consideram a prorrogação inútil por não envolver metas para grandes nações emergentes, como China e Índia. Os Estados Unidos não chegaram a ratificar o Protocolo de Kyoto e, por isso, também não estão submetidos às suas obrigações.


"É também muito importante não esquecer dos demais 85 por cento das emissões", disse Hedegaard em entrevista coletiva. "O que eles estão fazendo?" Segundo ela, as emissões per capita de gases do efeito estufa na China já chegaram a 7,3 toneladas por ano, quase igual à média europeia, de 7,5 toneladas. Os Estados Unidos (17,3 toneladas por pessoa por ano) e a Rússia (12,8 toneladas) têm emissões muito mais significativas.

A comissária disse que a UE também está no caminho para cumprir sua própria meta, que é de reduzir as emissões em 20 por cento até 2020, em relação aos níveis de 1990. Especialistas dizem que o desempenho ambiental da UE foi favorecido pelo colapso dos poluentes parques industriais da era soviética em países do Leste Europeu.

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