EUA e Rússia se enfrentam na ONU por sanções contra Coreia do Norte
A embaixadora dos EUA para as Nações Unidas disse que a Rússia está tentando encobrir violações das sanções cometidas por russos ou por outros Estados
EFE
Publicado em 17 de setembro de 2018 às 15h03.
Última atualização em 17 de setembro de 2018 às 15h58.
Os Estados Unidos acusaram nesta segunda-feira a Rússia de "burlar" as sanções impostas pela ONU à Coreia do Norte com um projeto ferroviário, transferências de petróleo e acordos comerciais com Pyongyang.
Já a Rússia denunciou que Washington bloqueia todas as medidas para fomentar a cooperação entre as duas Coreias e usa o Comitê de Sanções da ONU "como um canal para castigar" o regime de Pyongyang.
A troca de acusações destacou a divisão entre os Estados Unidos, que pressiona por sanções contra a Coreia do Norte, e a Rússia, que argumenta que incentivos devem ser oferecidos a Pyongyang para seguir em frente.
A embaixadora americana na ONU, Nikki Haley, declarou durante a reunião do Conselho de Segurança que a Rússia está "burlando" as sanções, apesar de ter apoiado as resoluções da organização.
"Passo a passo, sanção por sanção, de novo e de novo, a Rússia está trabalhando em geral para minar o regime de sanções", disse.
Haley também afirmou que seu país tem evidências de "violações russas" das duras sanções econômicas impostas à Coreia do Norte.
As sanções "não podem ser um fim em si", respondeu o embaixador russo, Vassily Nebenzia. "Deveríamos, em vez de criar obstáculos, promover a cooperação e o diálogo intercoreano", respondeu ele a Haley.
O conselho, com os Estados Unidos à frente, adotou no ano passado três pacotes de sanções abrangentes com o objetivo de cortar o financiamento dos programas nucleares e balísticos da Coreia do Norte.
Washington argumenta que as sanções da ONU, que conseguiram enfraquecer a economia norte-coreana, devem permanecer em vigor até que Pyongyang tenha abandonado completamente seus programas de armas nucleares.
A Rússia quer desenvolver conexões ferroviárias com a Coreia do Norte para exportar carvão de sua região leste, e chegar à Coreia do Sul para obter acesso a um porto global, acusou Haley.
Nebenzia insistiu que o plano ferroviário não violava as resoluções de sanções e rejeitou as acusações de que um navio russo estava envolvido em transferências de petróleo para a Coreia do Norte.