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EUA divulgam documentos sobre vigilância telefônica

Diretor de Inteligência Nacional revelou três documentos que autorizaram a coleta em massa de dados


	Gabinete do Diretor disse em comunicado que a revelação foi feita com o "interesse de uma maior transparência"
 (Wikimedia Commons / Garvid)

Gabinete do Diretor disse em comunicado que a revelação foi feita com o "interesse de uma maior transparência" (Wikimedia Commons / Garvid)

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Da Redação

Publicado em 31 de julho de 2013 às 17h39.

Washington - O governo dos Estados Unidos divulgou na quarta-feira documentos sobre o gigantesco programa de coleta de dados telefônicos, permitindo um raro vislumbre sobre o trabalho dos serviços de inteligência.

O gabinete do Diretor Nacional de Inteligência divulgou três documentos, agora liberados do sigilo, que autorizavam e explicavam a grande coleta de dados das comunicações telefônicas. Esse foi um dos programas secretos revelados por Edward Snowden, ex-prestador de serviços da Agência de Segurança Nacional.

Em nota, o gabinete disse que a divulgação dos documentos "atende ao interesse de uma maior transparência". Na verdade, grande parte das informações ali constantes já havia sido citada em audiências públicas por autoridades de inteligência ao prestarem explicações sobre as revelações de Snowden, que causaram indignação internacional.

Autoridades de inteligência dizem que os programas de vigilância das comunicações telefônicas e por computador ajudaram a evitar atentados terroristas, mas vários parlamentares cobram mais supervisão sobre essas atividades de espionagem, que cresceram vastamente depois dos atentados de 11 de setembro de 2001 nos EUA.

Os documentos divulgados na quarta-feira incluem relatórios de 2009 e 2011 a respeito do "Programa de Coleta Maciça", realizado sob a égide da chamada Lei Patriota. O terceiro documento é uma portaria emitida em abril de 2013 pela Corte de Vigilância da Inteligência Estrangeira - um tribunal secreto -, solicitando à empresa de telefonia Verizon que entregasse os dados dos telefonemas de milhões de norte-americanos, e descrevendo como os dados deveriam ser armazenados e acessados.

Os três documentos revelados haviam sido inicialmente remetidos a comissões parlamentares com avisos de que as informações ali constantes descreviam "alguns dos mais sensíveis programas de coleta de inteligência estrangeira já conduzidos pelo governo dos EUA".

Eles descreviam programas que recolhiam informações "a granel" sobre discagem, roteamento e sinalização de telefonemas e comunicações eletrônicas. Os textos diziam que o governo recolhia os números chamados e endereços eletrônicos usados, bem como horas e datas, mas jamais tinha acesso ao conteúdo dos telefonemas e e-mails.

O relatório de 2009 esclarecia que "embora o programa colete um grande volume de informações, a vasta maioria dessa informação nunca é revista por ninguém no governo, porque a informação não atende aos critérios limitados que são autorizados para fins de inteligência".

Atualizado às 17h39min.

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