EUA consideram lamentável expulsão de 60 de seus diplomatas da Rússia
Para porta-voz do governo americano, expulsão de diplomatas russos dos EUA em reação a suposto envenenamento de ex-espião foi "perfeitamente justificada"
EFE
Publicado em 29 de março de 2018 às 18h12.
Última atualização em 29 de março de 2018 às 18h39.
A porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos , Heather Nauert, classificou como "lamentável" a expulsão de 60 diplomatas americanos da Rússia, um anúncio feito como resposta à decisão tomada pela Casa Branca após a morte do ex-espião russo Sergei Skripal no Reino Unido.
"A Rússia tomou um caminho lamentável frente às nossas medidas perfeitamente justificadas", defendeu Nauert nesta quinta-feira durante uma entrevista coletiva realizada em Washington.
O Kremlin decretou hoje a expulsão de 60 funcionários do serviço diplomático americano, declarando-os "persona non grata" no país. Eles têm até o dia 5 de abril para deixar a Rússia.
Além disso, o governo do presidente Vladimir Putin retirou a permissão de atuação do consulado-geral dos EUA na segunda maior cidade do país, San Petersburgo, em resposta ao fechamento do consulado russo em Seattle, ordenado por Donald Trump.
Nauert considerou que a resposta do Kremlin carece de sentido, afirmando que a Rússia provocou a expulsão de seus diplomatas ao realizar um "irresponsável ataque" com agentes químicos em solo britânico para envenenar Skripal.
"A Rússia não tem motivo para atuar como vítima. As únicas vítimas aqui são as que nesse momento estão no hospital", disse a porta-voz do Departamento de Estado dos EUA.
Na tentativa de assassinato ocorrida no último dia 5 em um parque de Salisbury, no sul da Inglaterra, foram afetados pelo veneno, além de Skripal, a filha do ex-espião e um policial que atuou no caso.
Nauert afirmou que a resposta do Kremlin não surpreendeu a Casa Branca e deixou claro que os EUA se reservam o direito de tomar novas ações contra a Rússia no futuro.
Perguntada sobre que opções o Kremlin teria, já que a inação poderia ser interpretada como uma confissão, Nauert afirmou que "não há mal em aceitar ter feito algo mau".
"A Rússia está deixando claro que não têm interesse em trabalhar com muitos países do mundo", disse a porta-voz.