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Da Redação
Publicado em 18 de junho de 2010 às 16h42.
Washington - O governo norte-americano considera a possibilidade de congelar os ativos de entidades e indivíduos norte-coreanos a fim de punir Pyongyang depois do afundamento de um navio militar sul-coreano, disseram fontes familiares com o assunto na sexta-feira.
O congelamento de bens no exterior seria a primeira medida tangível dos Estados Unidos para fazer a Coreia do Norte pagar pelo afundamento da corveta Cheonan em 26 de março, no qual 46 marinheiros sul-coreanos morreram. Pyongyang negou a responsabilidade pelo incidente.
Embora tenha havido amplas sanções dos EUA a Pyongyang durante décadas, esse tipo de medida poderia influenciar a Coreia do Norte, porque atingiria contas controladas por líderes militares e políticos que, segundo autoridades norte-americanas, devem ter autorizado o ataque.
Falando sob a condição de anonimato, as fontes afirmaram que atingir os fundos ilícitos da Coreia do Norte parece ser uma das poucas maneiras possíveis de os EUA obterem atenção da liderança no país comunista.
Elas também afirmaram que há uma percepção cada vez maior dentro do governo do presidente Barack Obama de que a medida tomada em 2005 pelo ex-presidente George W. Bush de colocar numa lista negra um banco de Macau por supostamente lavar dinheiro norte-coreano acabou sendo útil para pressionar Pyongyang.
Acrescentando tal elemento coercitivo à diplomacia dos EUA com a Coreia do Norte poderia ajudar Washington a levar Pyongyang de volta à mesa de negociações para executar um acordo de 2005 para o abandono de seus programas nucleares, ponderaram as fontes.
Mas também poderia ser um tiro pela culatra. A Coreia do Norte é reconhecidamente imprevisível e acredita-se que esteja no meio de uma transição política destinada a garantir a sucessão do poder para o filho mais jovem do líder norte-coreano, Kim Jong-il.
Os EUA têm se movido com cautela na imposição de tais sanções, mas o naufrágio do Cheonan provocou uma mudança de cálculo, disse uma autoridade norte-americana, sob a condição de anonimato.
"Estamos diante do imperativo de demonstrar mais uma vez à Coreia do Norte de que não há recompensa para o seu comportamento provocador, que de fato vai haver uma punição," disse a autoridade.