Mundo

EUA assumem que conflito sírio está fora de controle

Os EUA e Rússia trabalham para tentar restabelecer a cessação de hostilidades e que contam com o apoio do resto de nações com influência sobre os beligerantes


	Síria: os EUA e Rússia trabalham para tentar restabelecer a cessação de hostilidades e que contam com o apoio do resto de nações com influência sobre os beligerantes
 (Reuters)

Síria: os EUA e Rússia trabalham para tentar restabelecer a cessação de hostilidades e que contam com o apoio do resto de nações com influência sobre os beligerantes (Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de maio de 2016 às 10h27.

Genebra - O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, assumiu nesta segunda-feira que o conflito na Síria está "em muitos aspectos fora de controle" e se comprometeu a trabalhar duramente para poder "restaurar" a cessação de hostilidades no país.

"O conflito, em muitos aspectos, está fora de controle, o que é muito preocupante", declarou à imprensa diante do hotel genebrês onde se hospedou e recebeu o mediador da ONU para o conflito sírio, Staffan de Mistura.

Kerry chegou ontem a Genebra respondendo à chamada de De Mistura, que na semana passada pediu a Washington e a Moscou que exercessem sua influência sobre as partes para conseguir restabelecer a cessação de hostilidades em vigor desde 27 de fevereiro.

Dita trégua não está sendo obedecida desde que o governo começou uma ofensiva contra Aleppo -a segunda cidade do país- em 22 de abril.

A ofensiva e a consequente resposta dos grupos armados causou a morte de 250 civis e deixou dezenas de outros feridos.

Kerry se referiu a estas vítimas e os bombardeios a três centros médicos -que mataram vários médicos, incluído o último pediatra da cidade-, e lembrou que só o regime sírio de Bashar al-Assad e seus aliados russos que o apoiam no terreno têm a capacidade militar para realizar tais ataques.

Apesar disso, Kerry afirmou que os EUA e Rússia trabalham conjuntamente para tentar restabelecer a cessação de hostilidades e que contam com o apoio do resto de nações com influência sobre os beligerantes (Arábia Saudita, Catar, Turquia e o Irã, entre outros).

"Estamos comprometidos junto a todos os membros do Grupo Internacional de Apoio à Síria (ISSG), e especialmente com a Rússia, no esforço por restaurar a cessação das hostilidades em todo o país".

Para alcançá-lo, além de intensificar suas atividades diplomáticas, Kerry anunciou que vai reforçar a equipe de analistas que desde Genebra e desde Amã vigiam o cumprimento da cessação de hostilidades e que registram as violações que são cometidas.

Kerry assumiu que, sem uma cessação de hostilidades estável e em todo o território sírio, não será possível retomar o processo de negociações de paz auspiciadas pela ONU.

"O objetivo é voltar às negociações de paz, mas isto não será alcançado até que haja uma cessação de hostilidades em vigor em todo o país, e até que se possa distribuir assistência humanitária a todo o país sem restrições", concluiu. 

Acompanhe tudo sobre:GuerrasMortesSíria

Mais de Mundo

Rússia diz que Biden deu a Zelensky “permissão suicida” para usar armas de longo alcance

França elogia decisão dos EUA de permitir uso de mísseis pela Ucrânia

Presidente do Paraguai está “estável”, diz primeiro boletim médico de hospital no RJ

Presidente paraguaio passa mal no G20 e é hospitalizado no Rio de Janeiro