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EUA aprova R$ 109 bilhões em vendas de jatos F-15 para Israel

Pacote inclui ainda 33 mil projéteis para tanques, 50 mil cartuchos para morteiros explosivos e novos veículos táticos; munições terão entrega imediata, mas caças podem chegar a Israel apenas em 2029

Um veículo blindado de transporte de pessoal (APC) do exército israelense se move para tomar posição em uma área próxima à fronteira com a Faixa de Gaza. (JACK GUEZ / AFP/AFP)
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 13 de agosto de 2024 às 20h18.

Em meio às tratativas para um possível cessar-fogo na Faixa de Gaza e os receios quanto a uma resposta do Irã e aliados, o Departamento de Estado dos Estados Unidos aprovou nesta terça-feira a possível venda de armamento para Israel por mais de US$ 20 bilhões de dólares (R$ 109 bilhões na cotação atual), que inclui aviões de combate F-15 e cerca de 33 mil projéteis para tanques, no mais recente pacote ao aliado no Oriente Médio.

Em uma notificação enviada ao Congresso, o Departamento de Estado indicou que as vendas, uma das maiores feitas pelos EUA a Israel em anos, "vão melhorar a capacidade de Israel para enfrentar as ameaças inimigas atuais e futuras".

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Segundo o Pentágono, além dos aviões de combate e dos projéteis, também foram aprovadas a venda de veículos táticos médios modificados e 50 mil cartuchos de morteiros explosivos. As munições, informou a Reuters, estariam quase imediatamente disponíveis para entrega, mas os aviões de combate levarão anos para serem produzidos, informou a Boieng, sendo entregues a partir de 2029. Além de modernizar as frotas atuais, os novos equipamentos incluirão radares e equipamentos de comunicação seguros.

"Os Estados Unidos estão comprometidos com a segurança de Israel, e é vital para os interesses nacionais dos EUA ajudar Israel a desenvolver e manter uma capacidade de autodefesa forte e pronta", disse o Departamento de Estado em seu comunicado sobre os jatos F-15s.

O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, agradeceu Blinken e o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, por "avançarem em iniciativas de acúmulo de força crítica que auxiliam Israel a desenvolver e manter sua vantagem militar qualitativa na região", afirmando que a ação envia uma mensagem "clara" de apoio a Israel.

Após o secretário Antony Blinken notificar os membros mais graduados do Congresso sobre a aprovação, os parlamentares terão entre 20 e 40 dias para levantar preocupações ou suspender a vendas.

Preocupações com civis

Dois importantes líderes democratas do Congresso aprovaram informalmente a venda em meados de junho após terem inicialmente expressado oposição ao pacote na sequência da intensa pressão do presidente Joe Biden e de parlamentares pró-Israel para que a venda prosseguisse. O deputado Gregory Meeks expressou hesitação, devido ao número assimétrico de vítimas civis em Gaza desde o início do conflito, até receber garantias da Casa Branca sobre como os artefatos seriam empregados.

A aprovação ocorre meses após um pacote de auxílio militar ter sido aprovado no Senado americano, enviando cerca de US$ 26 bilhões para Israel e para ajuda humanitária aos civis em zonas de conflito, incluindo Gaza. As vendas também ignoram a pressão de ativistas de direitos humanos e até membros mais à esquerda do Partido Democrata para reduzir ou até mesmo suspender as entregas de armas frente ao número de mortos no enclave palestino, que chega a quase 40 mil.

No sábado, equipes de resgate no território administrado pelo Hamas desde 2007 disseram que 93 pessoas foram mortas em um ataque aéreo israelense a uma escola que abrigava palestinos deslocados. Israel alegou que estava mirando combatentes operando fora da escola. Autoridades do governo Biden expressaram preocupação com mortes de civis e se recusaram a comentar se armas dos EUA foram usadas.

Em maio, Biden congelou uma remessa para Israel que incluía bombas de 907kg e 226kg ao alertar contra um ataque em massa à cidade de Rafah, no extremo sul de Gaza, onde vivia um grande número de deslocados. O presidente também ameaçou condicionar o apoio a Israel à adoção pelo governo de Benjamin Netanyahu à medidas para responder à catástrofe humanitária. Mas, ao mesmo tempo, o governo americano disse não ter interrompido o envio de outras armas, continuou pressionando o Congresso pela aprovação do pacote e rejeitou as reclamações feitas em junho por Netanyahu de que os EUA estavam atrasando as entregas.

Washington concede US$ 3,8 bilhões em assistência militar anual a Israel, seu aliado de longa data. As últimas transferências vieram de autorizações concedidas pelo Congresso vários anos antes do início da guerra contra o Hamas em outubro, mas o governo dos EUA tem autoridade para suspender um pacote de armas a qualquer momento antes da entrega — o que não foi feito pela Casa Branca até o momento, apesar da pressão exercida por deputados e senadores democratas.

Enquanto aprovava o novo pacote de armas, Washington também tenta alcançar um acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza, o que, na visão de Biden, poderia frear um possível ataque do Irã, anunciado após a morte do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã. Na segunda-feira, a Casa Branca disse que a nação persa poderia realizar "um grande ataque" contra o Estado judeu ainda nesta semana. Além de Teerã, Israel também segue em alerta sobre um possível ataque do movimento xiita libanês Hezbollah após a morte de um comandante em Beirute.

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