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Este prefeito húngaro tem recado hostil para os refugiados

Em um vídeo que mais parece um filme de ação, Laszlo Toroczkai deixa claro qual o tratamento que dará para quem entrar ilegalmente na Hungria

Prefeito Laszlo Toroczkai dá recado hostil aos refugiados que passarem por sua vila: “A Hungria é uma péssima escolha. Asotthalom é ainda pior” (Divulgação/YouTuve)

Gabriela Ruic

Publicado em 18 de setembro de 2015 às 11h21.

São Paulo – A cenas de refugiados sírios que tentam desesperadamente entrar na União Europeia (UE) seguem no radar da comunidade internacional, ao passo que os países do bloco ainda não conseguiram chegar a uma conclusão de como seria possível resolver a crise. Na Hungria , a solução do governo de extrema-direita do primeiro-ministro Viktor Orban foi a de fechar as fronteiras.

A forma como o país vem tratando os refugiados que buscam atravessar o país tem sido amplamente criticada por governos e entidades internacionais. O chanceler austríaco Werner Faymann, por exemplo, comparou o tratamento com o período do nazismo, enquanto que o secretário-geral da ONU Ban Ki-moon disse estar chocado com a repressão violenta e cobra compaixão.

Mas parece que os pedidos foram em vão. Ainda nesta semana, veio à tona no YouTube um vídeo protagonizado por Laszlo Toroczkai, o prefeito de um vilarejo chamado Asotthalom, na fronteira entre a Hungria e a Sérvia.

Com ares de filmes de ação dignos de Hollywood, o prefeito exibiu aos refugiados todo o aparato de segurança desenvolvido pelo governo húngaro para barrar a suas entradas. O recado, apesar de velado, é fácil de entender: quem tentar entrar ilegalmente na Hungria e tiver o azar de passar por Asotthalom, cuidado, pois Toroczkai está de olhos abertos.

Depois de segundos de cenas enérgicas que enaltecem o poder da polícia e exército do país, o prefeito volta para sugerir rotas mais curtas passando pela Croácia, Sérvia e Eslovênia. No final, deixa a mensagem: A Hungria é uma péssima escolha. Asotthalom é ainda pior.

De fato, o país já deu claros sinais de que está farto com a situação dos milhares de refugiados da guerra civil na Síria. Há poucos dias, uma repórter húngara foi filmada chutando e agredindo um grupo que tentava fugir da polícia. Petra Laszlo foi criticada no mundo inteiro e perdeu o emprego.

Dias depois, outro vídeo gravado em um campo de refugiados em Roszke mostrou as condições desumanas nas quais vivem essas pessoas. Cerca de 150 refugiados são vistos tentando pegar os sanduíches que são jogados pelos policiais. Uma voluntária que trabalhava no local disse que parecia que eles estavam alimentando animais.

Laszlo Toroczkai

O jovem político é líder de um movimento de extrema-direita que defende a revisão do chamado Tratado de Trianon, assinado em 1920 e no qual a Hungria teve o seu território reduzido. Toroczkai já foi banido por manifestações nacionalistas na Sérvia e também na Eslováquia e foi eleito prefeito de Asotthalom em 2013 com mais de 70% de votos.

Veja abaixo o vídeo do político, que está em húngaro, mas conta com legendas em inglês.

https://youtube.com/watch?v=fgJRjy2Xc0c%3Frel%3D0%26showinfo%3D0

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São Paulo – A cenas de refugiados sírios que tentam desesperadamente entrar na União Europeia (UE) seguem no radar da comunidade internacional, ao passo que os países do bloco ainda não conseguiram chegar a uma conclusão de como seria possível resolver a crise. Na Hungria , a solução do governo de extrema-direita do primeiro-ministro Viktor Orban foi a de fechar as fronteiras.

A forma como o país vem tratando os refugiados que buscam atravessar o país tem sido amplamente criticada por governos e entidades internacionais. O chanceler austríaco Werner Faymann, por exemplo, comparou o tratamento com o período do nazismo, enquanto que o secretário-geral da ONU Ban Ki-moon disse estar chocado com a repressão violenta e cobra compaixão.

Mas parece que os pedidos foram em vão. Ainda nesta semana, veio à tona no YouTube um vídeo protagonizado por Laszlo Toroczkai, o prefeito de um vilarejo chamado Asotthalom, na fronteira entre a Hungria e a Sérvia.

Com ares de filmes de ação dignos de Hollywood, o prefeito exibiu aos refugiados todo o aparato de segurança desenvolvido pelo governo húngaro para barrar a suas entradas. O recado, apesar de velado, é fácil de entender: quem tentar entrar ilegalmente na Hungria e tiver o azar de passar por Asotthalom, cuidado, pois Toroczkai está de olhos abertos.

Depois de segundos de cenas enérgicas que enaltecem o poder da polícia e exército do país, o prefeito volta para sugerir rotas mais curtas passando pela Croácia, Sérvia e Eslovênia. No final, deixa a mensagem: A Hungria é uma péssima escolha. Asotthalom é ainda pior.

De fato, o país já deu claros sinais de que está farto com a situação dos milhares de refugiados da guerra civil na Síria. Há poucos dias, uma repórter húngara foi filmada chutando e agredindo um grupo que tentava fugir da polícia. Petra Laszlo foi criticada no mundo inteiro e perdeu o emprego.

Dias depois, outro vídeo gravado em um campo de refugiados em Roszke mostrou as condições desumanas nas quais vivem essas pessoas. Cerca de 150 refugiados são vistos tentando pegar os sanduíches que são jogados pelos policiais. Uma voluntária que trabalhava no local disse que parecia que eles estavam alimentando animais.

Laszlo Toroczkai

O jovem político é líder de um movimento de extrema-direita que defende a revisão do chamado Tratado de Trianon, assinado em 1920 e no qual a Hungria teve o seu território reduzido. Toroczkai já foi banido por manifestações nacionalistas na Sérvia e também na Eslováquia e foi eleito prefeito de Asotthalom em 2013 com mais de 70% de votos.

Veja abaixo o vídeo do político, que está em húngaro, mas conta com legendas em inglês.

https://youtube.com/watch?v=fgJRjy2Xc0c%3Frel%3D0%26showinfo%3D0

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