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Estados salvam o que podem do banco Dexia

Bélgica, França e Luxemburgo saíram nesta segunda-feira em socorro do Dexia, o primeiro banco vítima da crise da dívida na Europa

O presidente do conselho de administração do banco, Jean-Luc Dehaene, apresentou nesta segunda-feira sua demissão com efeito imediato (Julien Warnand/AFP)

O presidente do conselho de administração do banco, Jean-Luc Dehaene, apresentou nesta segunda-feira sua demissão com efeito imediato (Julien Warnand/AFP)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2011 às 11h18.

Bruxelas - Bélgica, França e Luxemburgo saíram nesta segunda-feira em socorro do Dexia, o primeiro banco vítima da crise da dívida na Europa e que vai ser desmembrado para poder subsistir à espera de um plano de recapitalização do conjunto do setor, prometido por Berlim e Paris.

Ao final do maratônico conselho de administração na sede do Dexia, em Bruxelas, foi assinada na noite de domingo a ata de óbito do grupo franco-belga, pelo menos em sua forma atual.

O grupo não sobreviveu à crise da dívida soberana, que secou o fluxo de liquidez necessária para prosseguir com suas atividades.

O presidente do conselho, Jean-Luc Dehaene, apresentou nesta segunda-feira sua demissão com efeito imediato.

O conselho de administração aceitou uma oferta do Estado belga de assumir o controle de 100% do Dexia Banque Belgique, a filial belga do grupo, no valor de 4 bilhões de euros.

O ministro belga das Finanças, Didier Reynders, classificou o preço oferecido de "razoável" e indicou que a Bélgica espera continuar sendo durante vários anos proprietária deste banco de clientes, para "garantir sua continuidade".

"Os lares belgas podem ficar certos de que seu dinheiro está em segurança em suas contas correntes", assegurou, por sua vez, o primeiro-ministro belga Yves Leterme.

O banco registrou nos últimos dias a importantes retiradas de fundos por seus clientes, reconheceu nesta segunda-feira o administrador delegado Pierre Mariani, apesar de não poder comparar estas retiradas com o que aconteceu em 2008, quando o banco quase faliu, assegurou.

Do lado francês, Mariani recebeu um mandato do conselho para entrar nas negociações exclusivas com a Caisse des Dépôts (CDC) e o Banco Postal visando a retomar suas atividades de financiamento das instituições locais.

Segundo o ministro Frieden, um grupo de investidores vinculado à família real do Qatar comprará a filial de Luxemburgo do Dexia, o Dexia BIL, dedicada às atividades bancárias varejistas e gestão de ativos, anunciou

"Uma família vinculada a um grupo financeiro do Qatar está disposta a comprar o banco", declarou Frieden à imprensa.

Frieden também anunciou a compra do banco privado KBL, filial do grupo belga KBC, por um valor global 1,05 bilhão de euros.

"É positivo para a praça financeira, pois os dois bancos são complementares", comentou o ministro.

Frieden não revelou o valor da compra do Dexia BIL, mas explicou que o Estado de Luxemburgo terá uma participação minoritária de 150 milhões de euros.

Os Estados também chegaram a um acordo na divisão dos cerca de 90 bilhões de euros de garantias que proporcionarão para a futura estrutura que subsistirá ao término do desmantelamento: Bélgica dará 60,5%, França 36,5% e Luxemburgo 3%.

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