Estado do Texas proíbe aborto após seis semanas de gravidez
A nova lei é parte de uma onda de proibições semelhantes do chamado aborto de "batimento cardíaco fetal" aprovadas em estados liderados por republicanos
Reuters
Publicado em 19 de maio de 2021 às 16h17.
Última atualização em 19 de maio de 2021 às 16h31.
O governador do estado americano do Texas , o republicano Greg Abbott, sancionou nesta quarta-feira uma lei de aborto que proíbe o procedimento depois de cerca de seis semanas de gravidez e concede aos cidadãos o direito de processar médicos que realizarem abortos depois deste período.
A nova lei é parte de uma onda de proibições semelhantes do chamado aborto de "batimento cardíaco fetal" aprovadas em estados liderados por republicanos. Parlamentares que apoiam tais legislações dizem que elas almejam levar a uma reversão do caso Roe x Wade, veredicto histórico de 1973 da Suprema Corte dos Estados Unidos que garantiu às mulheres o direito de encerrar a gestação em todo país.
Nesta semana, o tribunal abriu a porta para tal reversão, ou pelo menos uma restrição, do caso, concordando em analisar o apelo do Mississippi para proibir abortos após 15 semanas.
"Nosso criador nos dotou do direito à vida, e ainda assim milhões de crianças perdem seu direito à vida todos os anos por causa do aborto. No Texas, trabalhamos para salvar estas vidas", disse Abbott depois de assinar a lei em um vídeo publicado no Facebook.
A lei texana proíbe o aborto assim que a contração rítmica do tecido cardíaco do feto puder ser detectada, o que costuma ocorrer em seis semanas — às vezes antes de a mulher perceber que está grávida. A medida abre uma exceção para abortos em casos de emergências médicas.
Em uma carta aberta do início deste mês, cerca de 200 médicos texanos disseram recear que a lei exponha tais profissionais ao risco de "processos frívolos que ameacem nossa capacidade de proporcionar cuidados de saúde".
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