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Estação de esqui norte-coreana de Kim rouba holofote olímpico

Regime busca capitalizar o desejo do Sul de realizar Jogos de Inverno em um momento em que sanções ao programa nuclear restringem suas finanças

Atletas da Coreia do Norte: Norte usou uma brecha na proibição aos produtos de luxo da resolução para importar equipamentos para resort (The Ministry of Culture, Sports and Tourism/Yonhap/Reuters)

Atletas da Coreia do Norte: Norte usou uma brecha na proibição aos produtos de luxo da resolução para importar equipamentos para resort (The Ministry of Culture, Sports and Tourism/Yonhap/Reuters)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 31 de janeiro de 2018 às 15h02.

Última atualização em 8 de fevereiro de 2018 às 18h49.

O abrupto cancelamento de um evento cultural conjunto pela Coreia do Norte, nesta semana, deixa apenas uma instalação no país para receber eventos dos Jogos Olímpicos de Inverno do mês que vem: o luxuoso resort de esqui de Kim Jong Un.

Os esquiadores sul-coreanos começarão a treinar na quarta-feira na estação norte-coreana de Masikryong como parte de um acordo para estimular a reconciliação antes da competição, que começa em 9 de fevereiro na Coreia do Sul. Na segunda-feira, a Coreia do Norte cancelou uma performance cultural conjunta no Monte Kumgang, um resort construído quando o pai de Kim estava no poder, em decisão que trouxe à tona as tensões veladas entre as duas nações.

“Ver os sul-coreanos praticarem em um lugar que ele construiu é um golpe publicitário para Kim”, disse Lee Su-seok, analista da Coreia do Norte no Instituto de Estratégia de Segurança Nacional da Coreia do Sul. “Masikryong representa a era dele, e ele está apostando na estação de esqui, e não no resort de montanha construído há 20 anos, para sair da sombra de seu pai.”

A Coreia do Norte busca capitalizar o desejo da Coreia do Sul de realizar uma Olimpíada de Inverno pacífica em um momento em que as sanções internacionais aplicadas ao programa de armas nucleares restringem as finanças do país. O comércio com a China -- principal apoio financeiro da Coreia do Norte -- caiu em mais da metade no mês passado, na última evidência daquilo que Kim chamou no início do mês de “impedimentos sem precedentes” enfrentados por seu país.

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A Coreia do Sul atualmente proíbe os turistas de viajarem para o norte, mas o descongelamento durante a Olimpíada aproxima os países do diálogo para a restauração dos lucrativos passeios entre as fronteiras que rendiam milhões de dólares por ano ao regime de Kim. A propaganda gratuita de sua estação de esqui também poderá atrair mais visitantes da China, que envia mais turistas para a Coreia do Norte do que qualquer outro país.

Até a proibição das viagens, no ano passado, acreditava-se que o número de visitantes dos EUA chegava a cerca de 1.000 por ano. Quem conta com permissão especial para viajar agora é aconselhado a deixar testamento e discutir acordos funerários.

Kim, um fã de esqui que estudou na Suíça, ordenou que os soldados construíssem a estação de Masikryong pouco depois de assumir o poder, em 2011. A Coreia do Norte se vangloria de ter construído o resort em apenas um ano, sustentando que outros países teriam levado uma década.

A Coreia do Norte usou uma brecha na proibição aos produtos de luxo da resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas para importar motos de neve e outros equipamentos fabricados na Europa para Masikryong. A União Europeia considera os equipamentos de esqui como produtos de luxo, mas a China disse a um painel de especialistas da ONU que o esqui era um “esporte popular”.

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