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"Está tranquilo agora", diz brasileiro na Turquia

A situação relatada pelo brasileiro Lorenzo Madrid hoje é bem diferente de ontem quando uma facção das forças armadas tentou tomar o poder

Apoiadores do presidente Erdogan em Ancara: situação em Istambul também se normalizou (Reuters)

Camila Pati

Publicado em 16 de julho de 2016 às 12h11.

São Paulo - A tentativa de golpe militar falhou na Turquia e a situação já está sob controle do presidente Tayyip Erdogan "Hoje o clima está absolutamente normal", contou o brasileiro Lorenzo Madrid a Exame.com. Ele que é consultor costuma viajar bastante para a Turquia e vai ficar mais algumas semanas por lá e está a uma distância de meia hora de Istambul.

A situação relatada pelo brasileiro hoje é bem diferente de ontem quando uma facção das forças armadas tentou tomar o poder com tanques e aeronaves de guerra. Milhares desobedeceram o toque de recolher estipulado pelos militares e foram à ruas contra o golpe, entrando em confronto.

"Ontem a população teve uma forte reação contra os golpistas. Aqui em Istambul foi na principal ponte da cidade que as pessoas se reuniram. Teve um momento que houve tiroteio e muitos se deitaram no chão", contou Madrid. Ele esteve no centro de Istambul ontem à noite. Informações dão conta de que o número de mortos é de 264 pessoas e há ainda 1,4 mil feridos.

Neste sábado, milhares de militares estão sendo presos por policiais civis. " Vemos militares de fuzil na mão sendo detidos por policiais com pistola na mão. Foi um golpe muito mal feito", disse o brasileiro. Mais de 3 mil já foram presos.

O conselheiro presidencial, Ilnur Cevik, disse à BBC, que a vontade da população prevaleceu. "A situação foi rapidamente revertida em favor do governo e o presidente Erdogan convocou as pessoas para irem às ruas. Foi o que eles fizeram", disse.

Segundo Lorenzo Madrid, as redes sociais tiveram um papel importante na mobilização da população turca. " O presidente fez, na noite de ontem, um discurso via face Time", contou. O aplicativo que faz ligações telefônicas com vídeo e som entre telefones da Apple foi a solução encontrada para a comunicação do presidente, que estaria em um balneário a mais de 600 quilômetros da capital Ancara, com as pessoas.

A população também recebeu na madrugada de sexta para sábado uma mensagem de texto por celular em que o presidente convocava para uma reação. O jovem turco Yunus Talha enviou hoje a mensagem de texto para Exame.com. Ele também foi às ruas ontem protestar contra o golpe, mesmo não sendo apoiador do presidente Erdogan. " Fui para defender a democracia. Militares não sabem governar", disse. Veja a mensagem que ele e a população turca receberam via celular:

(Reprodução)

Assinado pelo próprio presidente, o texto pedia às pessoas que "se levantassem" pela democracia e pela paz.

De acordo com o que contou à BBC, Ilnur Cevik, foram os civis que retomaram o controle do aeroporto de Ataturk e também da emissora estatal de rádio e televisão TRT.

A tentativa de golpe pode ter falhado desta vez, mas não é inédita na Turquia. O país já passou por três golpes capitaneados pelo Exército desde 1960. Entenda a tentativa de golpe aqui.

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São Paulo - A tentativa de golpe militar falhou na Turquia e a situação já está sob controle do presidente Tayyip Erdogan "Hoje o clima está absolutamente normal", contou o brasileiro Lorenzo Madrid a Exame.com. Ele que é consultor costuma viajar bastante para a Turquia e vai ficar mais algumas semanas por lá e está a uma distância de meia hora de Istambul.

A situação relatada pelo brasileiro hoje é bem diferente de ontem quando uma facção das forças armadas tentou tomar o poder com tanques e aeronaves de guerra. Milhares desobedeceram o toque de recolher estipulado pelos militares e foram à ruas contra o golpe, entrando em confronto.

"Ontem a população teve uma forte reação contra os golpistas. Aqui em Istambul foi na principal ponte da cidade que as pessoas se reuniram. Teve um momento que houve tiroteio e muitos se deitaram no chão", contou Madrid. Ele esteve no centro de Istambul ontem à noite. Informações dão conta de que o número de mortos é de 264 pessoas e há ainda 1,4 mil feridos.

Neste sábado, milhares de militares estão sendo presos por policiais civis. " Vemos militares de fuzil na mão sendo detidos por policiais com pistola na mão. Foi um golpe muito mal feito", disse o brasileiro. Mais de 3 mil já foram presos.

O conselheiro presidencial, Ilnur Cevik, disse à BBC, que a vontade da população prevaleceu. "A situação foi rapidamente revertida em favor do governo e o presidente Erdogan convocou as pessoas para irem às ruas. Foi o que eles fizeram", disse.

Segundo Lorenzo Madrid, as redes sociais tiveram um papel importante na mobilização da população turca. " O presidente fez, na noite de ontem, um discurso via face Time", contou. O aplicativo que faz ligações telefônicas com vídeo e som entre telefones da Apple foi a solução encontrada para a comunicação do presidente, que estaria em um balneário a mais de 600 quilômetros da capital Ancara, com as pessoas.

A população também recebeu na madrugada de sexta para sábado uma mensagem de texto por celular em que o presidente convocava para uma reação. O jovem turco Yunus Talha enviou hoje a mensagem de texto para Exame.com. Ele também foi às ruas ontem protestar contra o golpe, mesmo não sendo apoiador do presidente Erdogan. " Fui para defender a democracia. Militares não sabem governar", disse. Veja a mensagem que ele e a população turca receberam via celular:

(Reprodução)

Assinado pelo próprio presidente, o texto pedia às pessoas que "se levantassem" pela democracia e pela paz.

De acordo com o que contou à BBC, Ilnur Cevik, foram os civis que retomaram o controle do aeroporto de Ataturk e também da emissora estatal de rádio e televisão TRT.

A tentativa de golpe pode ter falhado desta vez, mas não é inédita na Turquia. O país já passou por três golpes capitaneados pelo Exército desde 1960. Entenda a tentativa de golpe aqui.

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