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Esquerda grega quer abolir pacto com UE

Já os conservadores, defendem o pacto prometendo menos cortes

O líder do partido de esquerda radical grego Syriza, Alexis Tsipras: "o memorando é o piloto automático rumo à catástrofe e leva a Grécia para fora da zona do euro" (Odd Andersen/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 1 de junho de 2012 às 10h07.

Atenas - O líder da Coalizão da Esquerda Radical (Syriza) da Grécia , Alexis Tsipras, prometeu nesta sexta-feira que, se vencer as eleições do próximo dia 17 de junho, como apontam algumas pesquisas, abolirá o memorando de austeridade pactuado pelo Executivo anterior com a União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

"O memorando é o piloto automático rumo à catástrofe e leva a Grécia para fora da zona do euro", disse Tsipras em entrevista coletiva em Atenas, onde apresentou seu programa político.

O líder esquerdista, após prometer abolir o pacto que inclui dolorosas medidas de economia, disse que pedirá aos credores do país uma moratória do pagamento da dívida, e aos sócios comunitários uma solução aos problemas da Grécia no marco da UE.

Na lista de planos que promete botar em prática em caso de vitória, Tsipras incluiu a nacionalização do sistema bancário e o fim do processo de privatizações e nacionalização das empresas "de vital importância".

Para arrecadar o dinheiro necessário para permitir que a Grécia siga no mercado, Tsipras propôs a criação de um cadastro (do qual atualmente o país carece) para facilitar a arrecadação de impostos sobre a propriedade.

Para as empresas em quebra, disse que seu governo apostará na autogestão seguindo os modelos que surgiram na Argentina após a crise de 2001.

Já o líder dos conservadores gregos, Antonis Samaras, prometeu que, se vencer as eleições, haverá menos cortes e menos impostos, e aumentará as ajudas sociais.

"Restaurar o nível das pensões e das ajudas a famílias numerosas aos níveis de 2009", é um dos objetivos que Samarás, líder do partido Nova Democracia (ND), listou como benefícios sociais ao apresentar na noite de ontem os pontos principais de seu projeto político.


O programa inclui também uma extensão do seguro de desemprego até dois anos (atualmente é de um), a concessão desse seguro aos trabalhadores autônomos (que atualmente não têm direito a ele) e a compensação aos particulares e aos fundos da seguridade social por suas perdas durante o processo de perdão da dívida.

Quanto aos impostos, prometeu reduzir os mais altos de 45% para 32% e aumentar o nível de receita a partir do qual se começam a pagá-los, atualmente de 5 mil euros anuais para 10 mil euros anuais.

Quanto aos cortes exigidos por Bruxelas, no valor de 11,5 bilhões de euros, o ND pretende renegociar os termos para que se outorguem dois anos extras de prazo de modo que não tenham um efeito tão duro na economia grega, que caminha por seu quinto ano consecutivo de recessão.

"Não haverá mais cortes horizontais, não haverá mais redução em salários e pensões, não haverá mais cortes em investimento público e não haverá novos impostos", prometeu Samarás.

Apesar da aparente contradição que estas promessas eleitorais implicariam com as exigências de austeridade da UE e do FMI, Samarás se mostrou favorável a continuar aplicando o memorando assinado e criticou a Syriza por exigir sua imediata abolição.

"Aqueles que falam de uma suspensão unilateral (do memorando) nos levarão a uma ruptura com nossos sócios e a novos impostos e novos cortes", concluiu. EFE

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Atenas - O líder da Coalizão da Esquerda Radical (Syriza) da Grécia , Alexis Tsipras, prometeu nesta sexta-feira que, se vencer as eleições do próximo dia 17 de junho, como apontam algumas pesquisas, abolirá o memorando de austeridade pactuado pelo Executivo anterior com a União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

"O memorando é o piloto automático rumo à catástrofe e leva a Grécia para fora da zona do euro", disse Tsipras em entrevista coletiva em Atenas, onde apresentou seu programa político.

O líder esquerdista, após prometer abolir o pacto que inclui dolorosas medidas de economia, disse que pedirá aos credores do país uma moratória do pagamento da dívida, e aos sócios comunitários uma solução aos problemas da Grécia no marco da UE.

Na lista de planos que promete botar em prática em caso de vitória, Tsipras incluiu a nacionalização do sistema bancário e o fim do processo de privatizações e nacionalização das empresas "de vital importância".

Para arrecadar o dinheiro necessário para permitir que a Grécia siga no mercado, Tsipras propôs a criação de um cadastro (do qual atualmente o país carece) para facilitar a arrecadação de impostos sobre a propriedade.

Para as empresas em quebra, disse que seu governo apostará na autogestão seguindo os modelos que surgiram na Argentina após a crise de 2001.

Já o líder dos conservadores gregos, Antonis Samaras, prometeu que, se vencer as eleições, haverá menos cortes e menos impostos, e aumentará as ajudas sociais.

"Restaurar o nível das pensões e das ajudas a famílias numerosas aos níveis de 2009", é um dos objetivos que Samarás, líder do partido Nova Democracia (ND), listou como benefícios sociais ao apresentar na noite de ontem os pontos principais de seu projeto político.


O programa inclui também uma extensão do seguro de desemprego até dois anos (atualmente é de um), a concessão desse seguro aos trabalhadores autônomos (que atualmente não têm direito a ele) e a compensação aos particulares e aos fundos da seguridade social por suas perdas durante o processo de perdão da dívida.

Quanto aos impostos, prometeu reduzir os mais altos de 45% para 32% e aumentar o nível de receita a partir do qual se começam a pagá-los, atualmente de 5 mil euros anuais para 10 mil euros anuais.

Quanto aos cortes exigidos por Bruxelas, no valor de 11,5 bilhões de euros, o ND pretende renegociar os termos para que se outorguem dois anos extras de prazo de modo que não tenham um efeito tão duro na economia grega, que caminha por seu quinto ano consecutivo de recessão.

"Não haverá mais cortes horizontais, não haverá mais redução em salários e pensões, não haverá mais cortes em investimento público e não haverá novos impostos", prometeu Samarás.

Apesar da aparente contradição que estas promessas eleitorais implicariam com as exigências de austeridade da UE e do FMI, Samarás se mostrou favorável a continuar aplicando o memorando assinado e criticou a Syriza por exigir sua imediata abolição.

"Aqueles que falam de uma suspensão unilateral (do memorando) nos levarão a uma ruptura com nossos sócios e a novos impostos e novos cortes", concluiu. EFE

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