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Esquerda e direita disputam segundo turno no Chile

Disputa é acirrada entre o ex-presidente de direita Sebastián Piñera e o candidato de centro-esquerda Alejandro Guillier.

Segundo turno das eleições para presidente no Chile: 14,3 milhões de chilenos e residentes estrangeiros que vivem há mais de cinco anos no país estão habilitados para votar (Pablo Sanhueza/Reuters)

Segundo turno das eleições para presidente no Chile: 14,3 milhões de chilenos e residentes estrangeiros que vivem há mais de cinco anos no país estão habilitados para votar (Pablo Sanhueza/Reuters)

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AFP

Publicado em 17 de dezembro de 2017 às 09h41.

Os chilenos votam neste domingo (17) no segundo turno de uma eleição que elegerá o sucessor da presidente socialista Michelle Bachelet, numa disputa acirrada entre o ex-presidente de direita Sebastián Piñera e o candidato de centro-esquerda Alejandro Guillier.

Cerca de 14,3 milhões de chilenos e residentes estrangeiros que vivem há mais de cinco anos no país estão habilitados para votar em 43.000 colégios eleitorais, que abriram às 08H00 (9H00 de Brasília).

Os resultados da votação vão ser divulgados a partir das 21h00 GMT (19h00 de Brasília).

A dispersão do voto no primeiro turno de 19 de novembro, quando o partido de esquerda radical Frente Ampla surpreendeu e virou a terceira força política do país, dificulta a vitória de Piñera e transforma numa incógnita o resultado de Guillier.

O ex-presidente, que governou o Chile de 2010 a 2014, conseguiu 36,6% dos votos (muito abaixo do esperado), contra 22% do senador Guillier e 20% da candidata da esquerda radical, Beatriz Sánchez.

O resultado dependerá, sobretudo, do que decidirem os eleitores da Frente Ampla, que deu liberdade de decisão a seus seguidores, apesar de Sánchez ter anunciado que votará em Guillier.

O fantasma da derrota começou a rondar a coalizão de direita de Piñera ante a possibilidade de uma união de todas as forças centro-esquerda - que disputou o primeiro turno fragmentada em seis candidaturas - e que juntas somariam 55% dos votos para Guillier.

A participação, que no primeiro turno foi de cerca de 47%, será fundamental para inclinar a balança para um lado ou para outro. Quanto mais pessoas votarem, mais chances Guillier tem de ganhar, estimam os analistas.

No sábado (16), Guillier pediu aos chilenos no Facebook "para participar, para não retroceder e continuar avançando pelo crescimento social, justo e solidário que sonhamos".

"Se vocês decidirem, serei o presidente da unidade e de Tempos Melhores (seu lema de campanha) para todos", disse Piñera aos seus seguidores no Twitter.

"Esta é a eleição mais incerta desde o retorno à democracia", apontou à AFP Marco Moreno, analista político da Universidade Central.

Embora os dois candidatos tenham visões diferentes de um país que pediu no primeiro turbo uma mudança na forma de fazer política e o aprofundamento das reformas empreendidas por Bachelet, nas últimas semanas seus programas se aproximaram em questões como a educação gratuita e a reforma previdenciária, sistema herdado da ditadura de Agusto Pinochet (1973-1990).

"A missão será difícil para qualquer um dos dois, porque há um descontentamento generalizado com a elite política do país", adverte Bernardo Navarrete, analista político da Universidade de Santiago.

Em um Parlamento que em 19 de novembro ficou muito fragmentado e sem qualquer grupo com maioria absoluta, Piñera e Guillier terão que formar alianças com outras forças para realizar qualquer reforma.

Depois de alguns anos de desaceleração, o futuro inquilino do palácio presidencial vai encontrar uma economia em crescimento, principalmente em razão do aumento do preço do cobre, do qual o Chile é o principal produtor mundial.

A CEPAL prevê um crescimento do PIB de 2,8% para 2018, após a previsão de 1,4% para 2017, a menor em oito anos.

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