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"Esperamos que Rússia não intervenha", diz Casa Branca sobre Venezuela

Desde a manhã desta terça-feira, 29, manifestantes contrários ao governo de Nicolás Maduro estão em confronto com força armadas em Caracas

Manifestante em confronto contra forças armadas do governo de Maduro nesta terça-feira, 29 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Manifestante em confronto contra forças armadas do governo de Maduro nesta terça-feira, 29 (Ueslei Marcelino/Reuters)

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EFE

Publicado em 30 de abril de 2019 às 16h55.

Última atualização em 30 de abril de 2019 às 20h11.

Washington — O assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, reiterou nesta terça-feira que os Estados Unidos mantêm "todas as opções sobre a mesa" diante das crescentes tensões na Venezuela, e advertiu à Rússia para que não "intervenha" no país para manter no poder o presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

"Acreditamos que os cubanos desempenharam um papel muito importante hoje para manter Maduro no poder, possivelmente com a ajuda dos russos (...). Quando as vidas dos venezuelanos estão em jogo, esperamos que a Rússia não intervenha", disse Bolton em declarações aos jornalistas na Casa Branca. 

Desde a manhã desta terça-feira, 29, manifestantes contrários ao governo de Nicolás Maduro estão em confronto com forças armadas em Caracas.

Militares que apoiam Guaidó

Bolton também disse que o ministro da Defesa venezuelano, parte da alta cúpula de Maduro, apoia Juan Guaidó. De acordo com o assessor da Casa Branca, Vladimir Padrino López está contra o presidente Nicolás Maduro e negociou com a oposição.

"Personalidades como o ministro da Defesa, Vladimir Padrino, o presidente do Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela, Maikel Moreno, e o comandante da Guarda de Honra Presidencial, Rafael Hernández Dala, todos eles concordaram que Maduro deve ir embora", disse Bolton a jornalistas na Casa Branca.

O enviado especial dos Estados Unidos para a Venezuela, Elliott Abrams, afirmou em outro evento com a imprensa que essas três importantes figuras políticas do país negociaram ao longo do último mês com a oposição sobre como restabelecer a democracia no país.

Bolton disse esperar que Padrino, Moreno e Hernández Dala atuem até a noite de hoje para "ajudar a trazer outras forças militares para o lado do presidente interino Juan Guaidó", cumprindo assim os compromissos que, segundo ele, os três teriam assumido.

O assessor do presidente dos EUA, Donald Trump, também disse esperar que o levante militar liderado pelo líder do parlamento da Venezuela seja "suficiente para tirar Maduro do poder".

"Isso claramente não é um golpe de Estado", cravou Bolton, argumentando que Guaidó é o presidente legítimo do país.

"O momento é potencialmente positivo, mas também muito delicado", analisou. "Se esse esforço fracassar, eles caíram em uma ditadura para a qual há muitas poucas alternativas possíveis", completou.

Para Bolton, Cuba desempenhou papel muito importante para manter Maduro no poder hoje, possivelmente com a ajuda da Rússia.

"Quando a vida dos venezuelanos está em jogo, esperamos que a Rússia não intervenha", alertou o assessor de Trump.

Apesar de ressaltar que a Casa Branca quer uma transferência pacífica do poder na Venezuela, Bolton reiterou que o presidente americano mantém todas as opções sobre a mesa, uma clara referência à hipótese de uma ação militar contra o chavismo.

Bolton reconheceu que a tensão deve persistir na Venezuela se Guaidó não sair vitorioso com o movimento de hoje, mas ressaltou que não vê indícios que mostrem qualquer disposição dos militares do país para disparar contra civis inocentes.

Para o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, os confrontos registrados nas ruas de Caracas foram provocados pelos coletivos, grupos civis armados que, segundo ele, são organizados pelos cubanos.

"Não sabemos qual é exatamente a estrutura de comando dos militares venezuelano. Mas, provavelmente, eles respondem às ordens de Havana", afirmou Bolton.

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