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Especialistas em armas químicas da ONU chegam a Damasco

No terreno, a rebelião que combate o regime de Bashar al-Assad há mais de dois anos, mostrou novas divisões

Veículos com especialistas da ONU seguem em comboio por Damasco: equipe da ONU concluiu que armas químicas foram utilizadas em grande escala na Síria (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 25 de setembro de 2013 às 16h10.

Os especialistas da ONU retornaram nesta quarta-feira a Damasco para investigar a possível utilização de armas químicas no conflito, em meio as negociações entre ocidentais e russos sobre uma resolução para o desarmamento químico sírio.

No terreno, a rebelião que combate o regime de Bashar al-Assad há mais de dois anos, mostrou novas divisões. Os principais grupos islâmicos romperam com a oposição política e anunciaram uma nova aliança com um grupo ligado à Al-Qaeda.

"A Coalizão Nacional e o governo de Ahmad Tomeh (eleito no exílio) não são nossos representantes e não os reconhecemos", declararam 13 dos grupos islâmicos rebeldes mais fortes da Síria.

Entre os signatários do texto estão alguns grupos que se uniram ao Exército Sírio Livre (ESL), como a brigada Al-Tawhid, principal força rebelde na província de Aleppo (norte), e os 'jihadistas' da Frente Al-Nosra.

Nesta quarta-feira, a equipe de especialistas da ONU, liderada pelo sueco Aake Sellstrom, chegou a Damasco em um comboio de três veículos das Nações Unidas. Ela deve verificar "13 ou 14" acusações das duas partes sobre o uso de armas químicas nos combates em todo o país.

Sellström disse que a equipe "talvez" apresente o relatório final sobre todas as acusações em outubro.

A equipe da ONU viajou à Síria no mês passado e concluiu, em um relatório apresentado em 16 de setembro, que armas químicas foram utilizadas em grande escala.


Também determinou o uso de gás sarin no ataque de 21 de agosto em Ghouta, perto de Damasco, no qual morreram centenas de pessoas. Ake Sellstrom destacou, no entanto, que é apenas um relatório preliminar.

Mas para Washington, Paris e Londres esse relatório não "deixa dúvidas" quanto à responsabilidade extremamente clara" do regime sírio no ataque.

Já a Rússia, aliada de Damasco, denuncia a parcialidade do relatório e acusa os rebeldes de outros ataques químicos.

O ataque de 21 de agosto, atribuído pela oposição e pelos países ocidentais ao regime de Bashar al-Assad, levou o governo dos Estados Unidos a ameaçar com uma intervenção militar.

O governo sírio negou o uso de armas químicas contra civis e aceitou um plano dos Estados Unidos e da Rússia para desmantelar seu arsenal químico.

O acordo afasta a ameaça de ataque militar, mas Washington e Moscou não concordam sobre o conteúdo de uma resolução da ONU e se esta deve incluir ou não a ameaça do uso da força.

O regime entregou a tempo um inventário de seu arsenal químico à Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), mas as negociações sobre uma resolução na ONU para a aplicação do acordo de 14 de setembro continuam.


Na terça, na Assembleia Geral da ONU, Obama advertiu que o regime do presidente Assad deve enfrentar as consequências pelo uso de armas químicas.

"Deve haver uma resolução sólida do Conselho de Segurança para verificar se o regime de Assad mantém seus compromissos, e deve haver consequências se não respeitá-los", afirmou.

Já o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu que a comunidade internacional "pare de alimentar o derramamento de sangue" nesse país e disse que espera a "adoção iminente" de uma resolução do Conselho de Segurança.

Mas Moscou, representando por seu vice-ministro das Relações Exteriores Serguei Riabkov, reafirmou que "está fora de questão" uma tal resolução, "nem a aplicação automática de sanções e muito menos de recurso à força".

Riabkov aceita apenas uma "menção" do capítulo VII.

Por sua vez, uma delegação da Coalizão Nacional síria (CNS, oposição), principal interlocutor do Ocidente, lamentou a suspensão dos ataques americanos e pediu apoio aos Estados Unidos em seu combate.

Rompimento entre rebeldes islamitas e oposição

O anúncio do rompimento de importantes grupos rebeldes islâmicos com a CNS no exílio, enfraqueceu ainda mais a oposição.

No comunicado, os signatários fizeram um apelo "a todos os grupos militares e civis que se unam em torno de um claro contexto islâmico (...) baseado na 'sharia' (lei islâmica) como única fonte da legislação".

Essa ruptura com a CNS e o ESL também mostra os diferentes objetivos dos grupos rebeldes: a instauração de um Estado islâmico pelos islamitas, ou a criação de um Estado democrático pluralista pelos rebeldes ditos moderados.

Neste contexto, mais de 100 oficiais do ESL assinaram um pedido de "boicote" a qualquer conferência sobre a Síria que envolva o regime iraniano, um aliado do regime Assad.

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No terreno, a rebelião que combate o regime de Bashar al-Assad há mais de dois anos, mostrou novas divisões. Os principais grupos islâmicos romperam com a oposição política e anunciaram uma nova aliança com um grupo ligado à Al-Qaeda.

"A Coalizão Nacional e o governo de Ahmad Tomeh (eleito no exílio) não são nossos representantes e não os reconhecemos", declararam 13 dos grupos islâmicos rebeldes mais fortes da Síria.

Entre os signatários do texto estão alguns grupos que se uniram ao Exército Sírio Livre (ESL), como a brigada Al-Tawhid, principal força rebelde na província de Aleppo (norte), e os 'jihadistas' da Frente Al-Nosra.

Nesta quarta-feira, a equipe de especialistas da ONU, liderada pelo sueco Aake Sellstrom, chegou a Damasco em um comboio de três veículos das Nações Unidas. Ela deve verificar "13 ou 14" acusações das duas partes sobre o uso de armas químicas nos combates em todo o país.

Sellström disse que a equipe "talvez" apresente o relatório final sobre todas as acusações em outubro.

A equipe da ONU viajou à Síria no mês passado e concluiu, em um relatório apresentado em 16 de setembro, que armas químicas foram utilizadas em grande escala.


Também determinou o uso de gás sarin no ataque de 21 de agosto em Ghouta, perto de Damasco, no qual morreram centenas de pessoas. Ake Sellstrom destacou, no entanto, que é apenas um relatório preliminar.

Mas para Washington, Paris e Londres esse relatório não "deixa dúvidas" quanto à responsabilidade extremamente clara" do regime sírio no ataque.

Já a Rússia, aliada de Damasco, denuncia a parcialidade do relatório e acusa os rebeldes de outros ataques químicos.

O ataque de 21 de agosto, atribuído pela oposição e pelos países ocidentais ao regime de Bashar al-Assad, levou o governo dos Estados Unidos a ameaçar com uma intervenção militar.

O governo sírio negou o uso de armas químicas contra civis e aceitou um plano dos Estados Unidos e da Rússia para desmantelar seu arsenal químico.

O acordo afasta a ameaça de ataque militar, mas Washington e Moscou não concordam sobre o conteúdo de uma resolução da ONU e se esta deve incluir ou não a ameaça do uso da força.

O regime entregou a tempo um inventário de seu arsenal químico à Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), mas as negociações sobre uma resolução na ONU para a aplicação do acordo de 14 de setembro continuam.


Na terça, na Assembleia Geral da ONU, Obama advertiu que o regime do presidente Assad deve enfrentar as consequências pelo uso de armas químicas.

"Deve haver uma resolução sólida do Conselho de Segurança para verificar se o regime de Assad mantém seus compromissos, e deve haver consequências se não respeitá-los", afirmou.

Já o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu que a comunidade internacional "pare de alimentar o derramamento de sangue" nesse país e disse que espera a "adoção iminente" de uma resolução do Conselho de Segurança.

Mas Moscou, representando por seu vice-ministro das Relações Exteriores Serguei Riabkov, reafirmou que "está fora de questão" uma tal resolução, "nem a aplicação automática de sanções e muito menos de recurso à força".

Riabkov aceita apenas uma "menção" do capítulo VII.

Por sua vez, uma delegação da Coalizão Nacional síria (CNS, oposição), principal interlocutor do Ocidente, lamentou a suspensão dos ataques americanos e pediu apoio aos Estados Unidos em seu combate.

Rompimento entre rebeldes islamitas e oposição

O anúncio do rompimento de importantes grupos rebeldes islâmicos com a CNS no exílio, enfraqueceu ainda mais a oposição.

No comunicado, os signatários fizeram um apelo "a todos os grupos militares e civis que se unam em torno de um claro contexto islâmico (...) baseado na 'sharia' (lei islâmica) como única fonte da legislação".

Essa ruptura com a CNS e o ESL também mostra os diferentes objetivos dos grupos rebeldes: a instauração de um Estado islâmico pelos islamitas, ou a criação de um Estado democrático pluralista pelos rebeldes ditos moderados.

Neste contexto, mais de 100 oficiais do ESL assinaram um pedido de "boicote" a qualquer conferência sobre a Síria que envolva o regime iraniano, um aliado do regime Assad.

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