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Problemas de ponte que desabou em Gênova foram descobertos em 2017

Um estudo de novembro de 2017 aponta a deterioração de alguns materiais e recomendava uma avaliação da companhia para abordar estes problemas

Com o desabamento da ponte, 38 pessoas morreram e 15 ficaram feridas (Stefano Rellandini/Reuters)

Com o desabamento da ponte, 38 pessoas morreram e 15 ficaram feridas (Stefano Rellandini/Reuters)

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EFE

Publicado em 17 de agosto de 2018 às 09h36.

Última atualização em 17 de agosto de 2018 às 10h43.

Roma - Assessores contratados pela concessionária italiana Autostrade per l'Italia, cuja matriz é Atlantia, informaram à empresa em novembro de 2017 sobre a deterioração do viaduto que na terça-feira desabou em Gênova, acidente no qual morreram pelo menos 38 pessoas.

Os veículos de imprensa italianos publicaram nesta sexta-feira um relatório elaborado pelos professores do Instituto Universitário Politécnico de Milão Carmelo Gentile e Antonello Ruoccolo, contratados pela Autostrade para um assessoria sobre o estado da ponte.

O documento foi entregue à empresa italiana em novembro de 2017. Nele, os profissionais advertiam sobre a deterioração de alguns materiais, como a oxidação de cabos, e recomendava uma avaliação por parte da companhia para abordar estes problemas.

Por sua vez, em outubro de 2017, o diretor da Autostrade em Gênova, Stefano Marigliani, tinha assegurado às autoridades da Câmara Municipal da cidade italiana e às da região de Ligúria, à qual pertence Gênova, que nesse momento o viaduto não apresentava "nenhum problema estrutural".

Isso depois que alguns moradores dos edifícios residenciais adjacentes à ponte teriam dito aos entes locais certas preocupações com o estado da infraestrutura.

Marigliani garantiu então que a Autostrade estava realizando uma série de trabalhos de manutenção e tinha previsto duas intervenções estruturais para 2018 que reforçassem a infraestrutura, segundo as mesmas informações.

A ponte não foi fechada ao tráfego e a companhia procedeu então a desenvolver as intervenções programadas na ponte, para as quais tinha destinado um pacote de 20 milhões de euros.

Após a queda na terça-feira, a Autostrade reconheceu em comunicado que estava assegurando o pavimento do viaduto.

O Governo italiano pediu a demissão dos diretores da Autostrade e iniciou um processo para estudar a possível revogação da concessão, que tem validade até 2038.

Estas tensões entre o Executivo italiano e a Autostrade fizeram com que as ações da Atlantia caíssem na quinta-feira mais de 22% na Bolsa de Milão, enquanto hoje sobem 5,74%.

O balanço provisório após o acidente em Gênova é de 38 mortos, deles pelo menos três menores, e 15 feridos, segundo dados da Delegação do Governo em Gênova.

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