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Espanhóis tomam as ruas em meio a tensão separatista

A rica região da Catalunha, no Nordeste da Espanha, tem seu próprio idioma e cultura e há tempos pede para ser independente

Catalunha: manifestantes criticavam líderes políticos por não conseguirem obter uma solução diplomática para o impasse (Albert Gea/Reuters)

Catalunha: manifestantes criticavam líderes políticos por não conseguirem obter uma solução diplomática para o impasse (Albert Gea/Reuters)

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Reuters

Publicado em 7 de outubro de 2017 às 16h05.

MADRI/BARCELONA (Reuters) - Dezenas de milhares de pessoas se reuniram neste sábado em Madri e em Barcelona em um momento no qual a Catalunha se prepara para declarar independência. Muitos dos manifestantes vestiam branco e defendiam negociações para evitar que a Espanha mergulhe em sua pior crise política em décadas.

A rica região da Catalunha, no Nordeste da Espanha, tem seu próprio idioma e cultura e há tempos pede para ser uma parte distinta do restante do país. No domingo passado, a região promoveu um referendo sobre deixar a Espanha, uma votação considerada ilegal pela corte constitucional.

As autoridades catalãs dizem que a maioria dos eleitores apoia a separação da Espanha, algo que Madri considera ilegal sob a Constituição de 1978.

O impasse político dividiu o país, fazendo com que bancos e empresas retirassem suas sedes da Catalunha, sacudindo a confiança do mercado financeiro na economia espanhola. A Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia, pediu que líderes catalães e espanhóis encontrem uma solução política.

Em manifestações convocados em 50 cidades espanholas, cidadãos vestiram branco e carregaram cartazes pedindo união e diálogo aos líderes.

Em Barcelona, manifestantes gritavam "vamos conversar" em catalão, e muitos também criticavam líderes políticos por não conseguirem obter uma solução diplomática para o impasse.

"Isso está produzindo uma ruptura social na Catalunha e tem que ser resolvido por meio do diálogo, nunca com unilateralismo", disse José Manuel García, um economista de 61 anos que foi ao protesto vestido de branco. "Estou muito preocupado. Isso vai acabar mal e todo mundo sairá perdendo."

Embora o líder catalão, Carles Puigdemont, tenha dito que está aberto a negociações, o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, insiste que o rival desista da campanha pela independência, que cresceu durante os seis anos de recessão econômica, antes de sentar à mesa de negociação.

Em Madri, milhares de pessoas se reuniram sob a enorme bandeira espanhola que tremula na Praça Colón e gritaram "Viva a Espanha" e "Viva a Catalunha".

 

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