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Espanha prende líderes separatistas catalães e manifestantes vão às ruas

Aeroporto de Barcelona se tornou o ponto central dos protestos e mais de 100 voos foram cancelados

Manifestação em Barcelona: enquanto milhares se reuniam na entrada, a polícia de choque reagiu usando cassetetes e disparando balas de espuma para evitar o risco de entrada forçada em massa (Rafael Marchante/Reuters)
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Reuters

Publicado em 14 de outubro de 2019 às 20h31.

Última atualização em 14 de outubro de 2019 às 20h33.

Madri/ Barcelona — O Supremo Tribunal da Espanha determinou nesta segunda-feira a prisão de nove líderes separatistas catalães com penas de nove a 13 anos pela atuação numa tentativa frustrada de independência, decisão que desencadeou protestos em massa na região.

O aeroporto internacional de Barcelona se tornou o ponto central dos protestos. Enquanto milhares se reuniam na entrada, a polícia de choque reagiu usando cassetetes e disparando balas de espuma para evitar o risco de entrada forçada em massa. Duas prisões foram feitas.

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A polícia afirmou no Twitter que manifestantes violentos estavam montando barricadas e atirando objetos contra a polícia.

Segundo o jornal La Vanguardia, os serviços de saúde informaram que 37 pessoas precisaram de atendimento médico após os confrontos.

O caos resultou em mais de 100 voos atrasos e cancelamentos de voos, enquanto manifestantes no reduto separatista de Girona queimavam pneus nos trilhos do trem, interrompendo a conexão de alta velocidade entre Barcelona e França. Ferrovias e estradas regionais foram bloqueadas em vários locais da região nordeste.

Mais cedo, o primeiro-ministro interino Pedro Sánchez disse que a sentença significou a derrota do movimento de independência, cuja campanha causou a mais grave crise política da Espanha desde a morte do ditador Francisco Franco, quatro décadas atrás.

Uma fonte do governo afirmou à Reuters que a situação estava sob controle, mas alertou que provavelmente continuaria perigosa pelo menos até o fim de semana.

A força dos protestos pode ser a primeira indicação sobre o futuro da luta pela independência, que até agora tem sido amplamente pacífica. A decisão judicial não responde à questão de como lidar com o movimento de separatismo apoiado por quase metade da população da Catalunha.

"Esta sentença é um ataque à democracia e aos direitos de todos os cidadãos", disse o presidente do parlamento catalão, Roger Torrent. "Hoje somos todos condenados, não apenas 12".

O caso está relacionado a um referendo de independência realizado em outubro de 2017, apesar de ter sido declarado ilegal pelos tribunais espanhóis e a subsequente declaração de independência, que teve vida curta.

A prisão mais longa - 13 anos - foi imposta ao ex-vice-líder do governo catalão, Oriol Junqueras. O tribunal o condenou e também a oito outros líderes sob acusação de sedição e quatro deles por uso indevido de recursos públicos.

Três outros réus foram considerados culpados apenas de desobediência e não sentenciados à prisão. Todos os réus foram absolvidos da acusação mais grave, rebelião.

"O que aconteceu em 1º de outubro (em 2017) não foi apenas uma manifestação ou um ato massivo de protesto dos cidadãos", afirmou o tribunal de Madri em sua decisão. "Foi uma revolta tumultuada incentivada pelos acusados".

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