Mundo

Espanha aprova projeto de corte nas despesas

Projeto de Lei também prevê aumento de impostos

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2010 às 18h08.

Madri - O Governo espanhol aprovou hoje o projeto de lei do Orçamento Geral do Estado para 2011, que prevê um corte de 7,9% nas despesas e uma alta de impostos para os trabalhadores.

Embora o corte do gasto público seja de quase 8%, em alguns ministérios a verba cairá cerca de 16%, com a exceção de algumas áreas que serão menos afetadas, como educação e pesquisa e desenvolvimento.

De acordo com a segunda vice-presidente e ministra da Economia, Elena Salgado, os orçamentos para o ano que vem "são os mais duros dos últimos anos". Ela detalhou que entre as medidas mais duras do projeto estão o congelamento salarial, a diminuição da oferta de emprego público e a redução dos gastos de funcionamento.

A alta de impostos afetará os trabalhadores que recebem entre 120 mil e 175 mil euros anuais, que pagarão impostos de 44%. Já para os trabalhadores que ganham mais de 175 mil euros por ano, pagarão impostos de 45%, segundo o projeto de lei que ainda tem que ser aprovado pelo Parlamento. Segundo a ministra, esta medida afetará cerca de 100 mil pessoas.

O anúncio da alta tributária para os trabalhadores que recebem mais de 120 mil euros anuais acontece às vésperas de uma greve geral convocada para 29 de setembro contra a reforma trabalhista, que os sindicatos rejeitam por acharem que não ajudará na criação de novos postos de trabalho e não acabará com problemas como a precariedade das condições de trabalho.

A Espanha, afetada pela crise econômica e pela queda no setor imobiliário, tem atualmente quatro milhões de desempregados, que representa 20% da população ativa. O Governo anunciou hoje também a revisão em alta de sua previsão da taxa de desemprego para 2011 para 19,3%, quatro décimos acima de seu último cálculo.

Elena Salgado explicou que os efeitos da crise fazem com que a criação de emprego seja "mais lenta do que o previsto". Com os cortes, o Executivo pretende reduzir o déficit público para 6% em 2011 e para 3% do PIB em 2013.

Segundo a ministra, o Executivo "não prevê que seja necessário tomar absolutamente nenhuma medida adicional" para conseguir reduzir o déficit público. A primeira vice-presidente do Governo, María Teresa Fernández de la Vega, definiu os orçamentos de 2011 como os da "recuperação, da estabilidade e da confiança".

Segundo ela, os orçamentos vão ajudar na recuperação porque, junto com as reformas empreendidas pelo Governo, criarão emprego; na estabilidade porque conseguirão reduzir o déficit e da confiança porque sua aprovação "repercutirá nos mercados" de forma positiva e como consequência "haverá mais financiamento para a dívida".

Leia mais notícias sobre a Espanha

Siga as notícias do site EXAME sobre Mundo no Twitter

Acompanhe tudo sobre:Crises em empresasEspanhaEuropaImpostosLeãoPiigs

Mais de Mundo

Corpo de mulher é encontrado dentro de serpente píton na Indonésia

Governo argentino avisa Itamaraty sobre visita ao Brasil sem encontro com Lula

Milei volta a pedir pacto de princípios "refundacionais" para a Argentina

Qualidade da água do Sena melhora antes de Paris-2024

Mais na Exame