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Erdogan diz que apoia pena de morte porque "o povo quer"

"Se estamos em um estado democrático, o povo tem a última palavra. E o que as pessoas dizem agora? Que querem a reintrodução da pena de morte", disse Erdogan

Erdogan: "Não há espaço para a pena de morte na UE", reiterou ontem o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker (Osman Orsal/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 26 de julho de 2016 às 12h47.

Istambul - O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan , reiterou seu apoio à volta da pena de morte no país com o argumento de que esse é o desejo do povo e defendeu as prisões e demissões promovidas por ele depois da tentativa de golpe militar.

"Se estamos em um estado democrático, o povo tem a última palavra. E o que as pessoas dizem agora? Que querem a reintrodução da pena de morte", disse Erdogan em entrevista à emissora pública alemã "ARD" no palácio presidencial em Ancara.

O presidente se referia a parte da população que deseja a volta da pena capital para punir os responsáveis pela tentativa de golpe que ocorreu na noite de 15 de julho. Erdogan classificou a situação como o "momento mais crítico" de sua vida.

Vários representantes da União Europeia ( UE ) alertaram a Turquia que a punição é incompatível com os princípios do bloco. Por isso, sua reintrodução levaria à interrupção das negociações em andamento para que o país faça parte do grupo comunitário.

"Se a Turquia introduzir a pena de morte, suspenderemos imediatamente a negociação. Não há espaço para a pena de morte na UE", reiterou ontem o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, em entrevista à emissora "France 2".

Perguntado sobre sua postura frente aos alertas, Erdogan respondeu que só na Europa não existe a pena de morte. No entanto, admitiu que não tem poder para decidir sobre o assunto, já que a autoridade competente para isso é o parlamento turco.

"Não sou um rei. Só sou um presidente. Ser um presidente forte não significa atuar contra a Constituição. Minha função é ouvir o povo e, já que eles querem a pena de morte, é preciso discutir o tema no parlamento", afirmou.

O presidente turco defendeu, além disso, o expurgo em curso que está sendo realizada pelo governo contra dezenas de milhares de supostos aliados do clérigo islamita Fethullah Gülen, exilado nos Estados Unidos, que acusa de estar por trás do golpe.

Dessa forma, quase 3 mil juízes e promotores foram presos no último dia 16, menos de 24 horas depois da tentativa de levante. "Já conhecemos os seguidores de Gülen, por isso fomos capazes de responder rapidamente", disse Erdogan.

Por outro lado, o presidente disse que os "governantes europeus não são sinceros" e acusou a UE de não cumprir o acordo sobre os refugiados firmado com a Turquia em março.

No pacto, os turcos se comprometeram a aceitar os imigrantes que cheguem de forma ilegal à Grécia pelo território do país.

Em troca, a UE prometeu um auxílio de 6 bilhões de euros e dar asilo a um refugiado de um campo turco para cada imigrante ilegal devolvido ao país, além da suspensão da obrigatoriedade de visto para turcos.

O último ponto, que a princípio ocorreria em junho, ainda não ocorreu porque a Turquia não cumpre com os padrões democráticos da UE na luta contra o terrorismo.

Segundo Erdogan, até agora, seu país recebeu apenas "valores simbólicos" dos primeiros 3 bilhões de euros prometidos.

"Mantemos nossa promessa. Os europeus mantiveram a deles?", questionou o presidente na entrevista à emissora alemã.

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Istambul - O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan , reiterou seu apoio à volta da pena de morte no país com o argumento de que esse é o desejo do povo e defendeu as prisões e demissões promovidas por ele depois da tentativa de golpe militar.

"Se estamos em um estado democrático, o povo tem a última palavra. E o que as pessoas dizem agora? Que querem a reintrodução da pena de morte", disse Erdogan em entrevista à emissora pública alemã "ARD" no palácio presidencial em Ancara.

O presidente se referia a parte da população que deseja a volta da pena capital para punir os responsáveis pela tentativa de golpe que ocorreu na noite de 15 de julho. Erdogan classificou a situação como o "momento mais crítico" de sua vida.

Vários representantes da União Europeia ( UE ) alertaram a Turquia que a punição é incompatível com os princípios do bloco. Por isso, sua reintrodução levaria à interrupção das negociações em andamento para que o país faça parte do grupo comunitário.

"Se a Turquia introduzir a pena de morte, suspenderemos imediatamente a negociação. Não há espaço para a pena de morte na UE", reiterou ontem o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, em entrevista à emissora "France 2".

Perguntado sobre sua postura frente aos alertas, Erdogan respondeu que só na Europa não existe a pena de morte. No entanto, admitiu que não tem poder para decidir sobre o assunto, já que a autoridade competente para isso é o parlamento turco.

"Não sou um rei. Só sou um presidente. Ser um presidente forte não significa atuar contra a Constituição. Minha função é ouvir o povo e, já que eles querem a pena de morte, é preciso discutir o tema no parlamento", afirmou.

O presidente turco defendeu, além disso, o expurgo em curso que está sendo realizada pelo governo contra dezenas de milhares de supostos aliados do clérigo islamita Fethullah Gülen, exilado nos Estados Unidos, que acusa de estar por trás do golpe.

Dessa forma, quase 3 mil juízes e promotores foram presos no último dia 16, menos de 24 horas depois da tentativa de levante. "Já conhecemos os seguidores de Gülen, por isso fomos capazes de responder rapidamente", disse Erdogan.

Por outro lado, o presidente disse que os "governantes europeus não são sinceros" e acusou a UE de não cumprir o acordo sobre os refugiados firmado com a Turquia em março.

No pacto, os turcos se comprometeram a aceitar os imigrantes que cheguem de forma ilegal à Grécia pelo território do país.

Em troca, a UE prometeu um auxílio de 6 bilhões de euros e dar asilo a um refugiado de um campo turco para cada imigrante ilegal devolvido ao país, além da suspensão da obrigatoriedade de visto para turcos.

O último ponto, que a princípio ocorreria em junho, ainda não ocorreu porque a Turquia não cumpre com os padrões democráticos da UE na luta contra o terrorismo.

Segundo Erdogan, até agora, seu país recebeu apenas "valores simbólicos" dos primeiros 3 bilhões de euros prometidos.

"Mantemos nossa promessa. Os europeus mantiveram a deles?", questionou o presidente na entrevista à emissora alemã.

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