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Erdogan ataca inimigos após triunfo em eleições na Turquia

Premiê ganhou espaço em um disputa pelo poder nesta segunda-feira

Recep Tayyp Erdogan: partido de Erdogan dominou o mapa eleitoral nas eleições de domingo, mantendo o controle das duas maiores cidades, Istambul e Ancara, e aumentando sua porcentagem de votos (Umit Bektas/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 31 de março de 2014 às 12h51.

Ancara - O primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan, ficou mais perto de uma candidatura presidencial e ganhou espaço em um disputa pelo poder nesta segunda-feira, aproveitando os bons resultados nas eleições locais para lançar uma caçada aos inimigos do governo "no covil deles".

Com o seu estilo de liderança combativo, amado por uma base eleitoral fiel e conservadora, o partido de Erdogan, o AK, dominou o mapa eleitoral nas eleições de domingo, mantendo o controle das duas maiores cidades, Istambul e Ancara, e aumentando sua porcentagem de votos nacionalmente, superando um escândalo de acusações de corrupção.

Da varanda da sede do AK, ao final de uma longa e amarga eleição que se tornou um referendo sobre o governo, Erdogan disse a milhares de simpatizantes que seus inimigos na política, a quem chamou de "traidores", "terroristas" e "uma aliança do mal", pagariam o preço.

"Vamos entrar no covil deles", prometeu, antes de uma enorme queima de fogos iluminar o céu da meia-noite em Ancara. "Eles vão ter que responder por isso. Como você pode ameaçar a segurança nacional?" O tom duro do discurso sugere que Erdogan considera agora ter um mandato para uma forte ação contra os adversários. "A partir de amanhã, vamos ter alguns que vão fugir", disse.

A campanha eleitoral representa uma disputa entre Erdogan e o clérigo Gulen Fethullah, exilado nos Estados Unidos, a quem o premiê acusa de usar uma rede de seguidores na polícia e no Judiciário para tentar derrubá-lo.

Erdogan, que tem há muito tempo atraído o apoio da mesma classe profissional muçulmana que reverencia Gulen, expulsou milhares de policiais e centenas de juízes e promotores desde as operações contra a corrupção iniciadas em dezembro que tiveram como alvo empresários próximos ao premiê, bem como os filhos de ministros do governo.


Investidores ficaram aliviados com o resultado da eleição, considerando-a como um sinal de continuidade política. A lira teve a maior valorização em dois meses e as ações atingiram a maior alta em três meses.

"Do ponto de vista do mercado, o resultado da eleição parece ser mais ou menos o que o médico receitou: uma vitória sólida para do AK, que reforça a posição do partido governista da Turquia", disse Nicholas Spiro, diretor da Spiro Sovereign Strategy.

O principal partido de oposição, o CHP, disse que iria contestar o resultado em Ancara, onde a disputa foi particularmente acirrada. Mas não são esperadas grandes mudanças no cenário nacional, que coloca o AK com 45,6 por cento dos votos contados, um aumento robusto em relação aos 39 por cento nas eleições locais de 2009.

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Ancara - O primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan, ficou mais perto de uma candidatura presidencial e ganhou espaço em um disputa pelo poder nesta segunda-feira, aproveitando os bons resultados nas eleições locais para lançar uma caçada aos inimigos do governo "no covil deles".

Com o seu estilo de liderança combativo, amado por uma base eleitoral fiel e conservadora, o partido de Erdogan, o AK, dominou o mapa eleitoral nas eleições de domingo, mantendo o controle das duas maiores cidades, Istambul e Ancara, e aumentando sua porcentagem de votos nacionalmente, superando um escândalo de acusações de corrupção.

Da varanda da sede do AK, ao final de uma longa e amarga eleição que se tornou um referendo sobre o governo, Erdogan disse a milhares de simpatizantes que seus inimigos na política, a quem chamou de "traidores", "terroristas" e "uma aliança do mal", pagariam o preço.

"Vamos entrar no covil deles", prometeu, antes de uma enorme queima de fogos iluminar o céu da meia-noite em Ancara. "Eles vão ter que responder por isso. Como você pode ameaçar a segurança nacional?" O tom duro do discurso sugere que Erdogan considera agora ter um mandato para uma forte ação contra os adversários. "A partir de amanhã, vamos ter alguns que vão fugir", disse.

A campanha eleitoral representa uma disputa entre Erdogan e o clérigo Gulen Fethullah, exilado nos Estados Unidos, a quem o premiê acusa de usar uma rede de seguidores na polícia e no Judiciário para tentar derrubá-lo.

Erdogan, que tem há muito tempo atraído o apoio da mesma classe profissional muçulmana que reverencia Gulen, expulsou milhares de policiais e centenas de juízes e promotores desde as operações contra a corrupção iniciadas em dezembro que tiveram como alvo empresários próximos ao premiê, bem como os filhos de ministros do governo.


Investidores ficaram aliviados com o resultado da eleição, considerando-a como um sinal de continuidade política. A lira teve a maior valorização em dois meses e as ações atingiram a maior alta em três meses.

"Do ponto de vista do mercado, o resultado da eleição parece ser mais ou menos o que o médico receitou: uma vitória sólida para do AK, que reforça a posição do partido governista da Turquia", disse Nicholas Spiro, diretor da Spiro Sovereign Strategy.

O principal partido de oposição, o CHP, disse que iria contestar o resultado em Ancara, onde a disputa foi particularmente acirrada. Mas não são esperadas grandes mudanças no cenário nacional, que coloca o AK com 45,6 por cento dos votos contados, um aumento robusto em relação aos 39 por cento nas eleições locais de 2009.

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