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Erdogan assume presidência prometendo uma nova Turquia

O primeiro-ministro da Turquia assume agora a presidência do país com o objetivo de impulsionar a criação de uma nova Turquia


	Presidente eleito da Turquia, Recep Tayyp Erdogan: uma nova Constituição é prioridade
 (REUTERS/Murad Sezer)

Presidente eleito da Turquia, Recep Tayyp Erdogan: uma nova Constituição é prioridade (REUTERS/Murad Sezer)

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Da Redação

Publicado em 28 de agosto de 2014 às 10h02.

Ancara - O primeiro-ministro da Turquia nos últimos 12 anos, Recep Tayyp Erdogan, assume nesta quinta-feira a presidência do país com o objetivo de impulsionar a criação de uma "nova Turquia".

Erdogan fará o juramento de seu novo cargo às 8h20 (de Brasília) em Ancara, marcando uma nova etapa de seu projeto de mudança política no país, que inclui como prioridade uma nova Constituição.

Erdogan, de 60 anos, se despediu ontem de seu cargo de líder do governo pelo partido islamita da Justiça e Desenvolvimento (AKP) devido à neutralidade exigida por lei ao chefe do Estado, mas deixou claro que abandonar a afiliação partidária não significava renunciar aos seus ideais.

O próximo presidente, com um mandato de cinco anos, reiterou que tem a intenção de exercer uma presidência ativa, apesar do cargo de chefe de Estado ser em grande parte cerimonial e seus antecessores terem buscado sempre um perfil institucional.

"Hoje é o nascimento da nova Turquia. A nova Turquia significa uma nova política, uma nova sociologia, uma nova economia", declarou ontem para milhares de seguidores no congresso do AKP.

Já na noite da vitória presidencial, no último dia 10, Erdogan fez alusão ao projeto da "nova Turquia" com um pedido para superar a polarização política existente e buscar um novo período de harmonia nacional.

Entre os convidados à cerimônia em que Erdogan receberá o cargo confirmaram presença o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, e os chefes de Estado da Bulgária, da Macedônia, da Albânia e da Etiópia, entre outros.

Mas a ausência de líderes de primeira linha de países ocidentais. Representará os Estados Unidos o encarregado de negócios da Embaixada de Ancara, uma perfil muito baixo que mostra o esfriamento das relações entre Washington e Ancara.

Nem o líder da maior formação opositora turca, o Partido Republicano do Povo (CHP), Kemal Kilicdaroglu, irá à cerimônia.

Após um jantar no palácio presidencial que Erdogan oferecerá aos convidados, o novo presidente encarregará o até agora ministro das Relações Exteriores, Ahmet Davutoglu, de 55 anos, de formar o governo, e pretende apresentar o novo gabinete amanhã.

Quase todos os analistas concordam que Erdogan dominará os trabalhos de governo desde o palácio presidencial de Cankaya, e que Davutoglu, um de seus mais leais colaboradores, não se oporá a suas ambições.

"Esta não é uma mudança de missão, é só uma mudança de nomes", declarou ontem Erdogan em Ancara para seus partidários.

Erdogan disse aspirar a um sistema presidencialista com amplos poderes para o chefe de Estado, o que só pode conseguir com mudanças constitucionais que exigem dois terços de apoio parlamentar, por enquanto fora do alcance da maioria absoluta do AKP.

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